RPG - Love or Blood
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Mensagem por Ashiri Ketchup Ter Dez 24, 2019 6:27 pm

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Mensagem por Natsume Umeki Ter Dez 24, 2019 10:51 pm

"É isso por hoje pessoal, podem se retirar e não se esqueçam de dar uma revisada no capitulo dois, e sejam bem-vindos novamente, tanto para os novatos e veteranos."

Disse o professor guardando o material. E assim eu pude finalmente guardar minhas coisas, e vendo pela janela já tinha escurecido e seria hora de ir aos dormitórios. E foi o que eu fiz, sem perder muito tempo para recolher meu material e sair daquela sala para andar pelos corredores. Eu estava muito puto, andava puto, e minha expressão claramente era de alguém putasso. Motivos? Bem, andar em um corredor rodeado de alunos humanos olhando-me e cochichando como se eu fosse algum tipo de filme sobre vampiro adolescentes, ou talvez uma aberração, o que qualquer cego perceberia que seus olhares não se mantinham somente para a minha aparência pálida e peculiar de vampiro, como também em qualquer outro "monstro" daqui, não é isso que somos considerados por esses parasitas desde sempre?
— Tsc.... — Estalei a minha língua, apertando mais forte a alça de minha mochila, claramente desconfortável. Se não fosse pelo meu plano de poder acabar com esses vermes eu já teria chutado a bunda de geral nesse mesmo instante, seria mais fácil. Porém, eu não tive escolha a não ser ignorar e pegar a placa onde dizia o número do meu dormitório, na qual eu não dei as caras desde cedo por estar ocupado por outros afazeres. Quatro 240 é....? Eu só espero que eles não tenham me enfiado com um humano. Seria muita BURRICE deles fazer algo assim, é tipo a porcaria de um suicídio enviar um sangue-suga perto de um carneiro, bem, não como se eu fosse um desesperado por sangue, sei me controlar. O problema nem é isso, e sim compartilhar o mesmo ar com essa raça repugnante, mas essa história de união? Isso dai é mais falso que os Fake News que vejo pela internet.
— .....Hã.....que merda. — Resmunguei baixo, parando de andar pelos corredores dos dormitórios e parar em frente da porta, no dormitório que eu teria de ficar. Apenas suspirei, girando a maçaneta me preparando para entrar de uma vez por todas. Quatro simples, não tinha ninguém nele ainda, perfeito, maravilhoso, que continue assim. E foi assim, que me joguei em cima de minha cama, retirando os sapatos de vez, para pegar o meu celular e começar a vasculhar qualquer porcaria na internet, pelo menos ter um pouco de "paz". Mas não por muito tempo, eu tinha esse sentimento ruim que algo de ruim aconteceria,  mas enfim, não é hora para pensar nisso, eu deveria estar preparado para tudo, essa palhaçada teria de acabar de uma vez por todas.
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Mensagem por Von Neville Qua Dez 25, 2019 12:10 am

O tempo parecia passar bem devagar naquele lugar.
Não conseguia deixar sua guarda baixa nem por um segundo, e como consequência, não conseguia se concentrar nas aulas também. Todas as suas armas haviam sido confiscadas no momento em que pisou na escola, e apesar de ainda carregar consigo uma ou duas armas brancas, sabia que suas coisas lhe fariam falta uma hora ou outra.
Monstros podem usar garras, presas e poderes sobrenaturais para se defenderem, então era óbvio que os humanos tinham uma desvantagem enorme estando completamente desarmados e rodeados de bestas. E simplesmente se recusava a deixar qualquer coisa acontecer com um humano bem na sua frente, ali naquela escola, e sabia que a sua família pensava o mesmo. Logo dariam um jeito de o enviar armas sem que a diretoria da escola descobrisse, mas, por hora, tinha que continuar 100% atento a tudo ao seu redor.

Só percebeu que a aula acabou quando ouviu o sinal ecoar e viu os alunos se levantando sem organização alguma e atropelando uns aos outros. Ele não foi uma exceção e também passou atropelando geral pra sair logo daquela sala. Apesar de não achar que fosse ser capaz de dormir esta noite, esperava que ficasse no quarto de algum humano compreensível ou até, quem sabe, um caçador como ele. Isso tornaria muito mais fácil de guardar armas no quarto sem que descobrissem.

Como tinha muito aluno querendo pegar a chave do dormitório, esperou em um cantinho que estava menos movimentado as coisas se acalmarem. E quando finalmente pôde pegar sua chave tranquilamente, foi direto pro seu novo dormitório. Mas no momento em que colocou a mão na maçaneta, pode perceber que a porta se encontrava aberta, e também sentiu a presença de alguém ali dentro, que muito provavelmente era seu novo colega de quarto. Respirou fundo e abriu a porta devagar, dando de cara com um… Vampiro.
Automaticamente o seu coração começou a bater mais rápido do que o normal, mas apesar da agitação que sentia por dentro, não esboçou nenhuma reação e entrou no quarto, agindo como se ele não estivesse lá. Agora era certeza de que não pregaria os olhos aquela noite. E em sua cabeça, já estava imaginando o barraco que faria amanhã na sala da diretora, exigindo mudar de quarto.
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Mensagem por Natsume Umeki Qua Dez 25, 2019 12:43 am

A cada momento que se passava naquele quarto, não sabia se era um total tédio infinito, ou uma agonia lenta que se passava naquele instante. Estar longe de casa, em um ambiente totalmente desconhecido, e o que mais pode acontecer? Claro, deve estar infectado de uma caralhada de caçadores prontos para mostrarem as suas garras. Esses são os mais espertos e sutil que poderiam existir. Me pergunto, o que meus tios tiveram na cabeça para me fazer parar por aqui....bem, talvez eu saiba, desmascarar um caçador não me parecia uma má ideia. E quem sabe, acabar com esse projeto de uma vez por todas. União? Paz? Isso daqui não é uma Escola infantil onde todos se transformam amigos de primeira. A realidade é outra, e sempre será assim.

Durante esse tempo no quarto, e claro, como sempre nas noites não dormia tão cedo habitualmente. Coloquei uma roupa comum, o tipico moletom e meus headphones, estando sentado em uma cadeira, anotando coisas na escrivaninha. Porém, parei de escrever no mesmo instante, quando sentia uma presença de alguém. Parando o que estava fazendo, para me virar e olhar a figura de um.....puta merda, um humano. Ótimo, a sorte está no meu favor. E olhei para o garoto por breves instantes, erguendo uma celha, não demonstrando nenhuma reação simpática, apenas frieza no olhar. Apenas acabei por retornar ao que estava fazendo, percebendo que aquele garoto, não estava afim de um papo com um vampiro. Eu já saquei a dele, era bem evidente. Porém, eu não estava confortável com essa situação, qualquer deslize seria o meu fim, não há que confiar em ninguém. Então, pousei os headphones nos ombros, continuando a escrever na folha. Com uma expressão despreocupada e falando em voz alta:
— Não adianta reclamar. Eles não mudariam os colegas de quarto, pois todos são compostos por um humano e um monstro, são mistos, teremos de nós aturar. Afinal, essa não era a ideia principal do projeto? — Comentei, mandando logo a real. Não me importando se ele pretendia ficar aqui ou não, só que uma coisa é certa: Não há o que fugir, todos estão espelhados por ali, é questão de costume ou acabaria perdendo a razão, estava evidente que não nós daríamos bem. E então começava a inclinar a cadeira um pouco para atrás, para esboçar uma pequena risada abafada. — Que piada. Como se algo assim fosse dar certo. — Murmurei, arrancando a folha do caderno a amassando de vez e a arremessando no lixo. Para logo depois, me levantar e procurar na prateleira os livros que eu tinha guardado recém. Apenas deveria fingir que esse humano não existe, mas era inevitável que manteria meus olhos nele, para qualquer coisa que acontecer.
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Mensagem por Von Neville Qua Dez 25, 2019 1:39 am

Continuava a arrumar suas coisas, evitando o contato visual com seu mais novo colega de quarto. Podia sentir que o clima estava bem pesado ali, e nem mesmo o monstro parecia se sentir confortável com a situação. Mas não podia confirmar isso, já que nem ao menos olhava em sua direção, e sinceramente não podia dizer como que monstros se comportavam naquele tipo de situação.

Ele pegou uma muda de roupas em sua mochila e se trocou no banheiro, para que seu colega não notasse as armas que estavam escondidas em sua vestimenta. Ele as embrulhou nas roupas sujas e voltou ao quarto, deixando tudo na mochila, organizado do jeito dele. Logo, a voz do vampiro ecoou pelo quarto, o que não o deixava muito feliz. Era uma voz familiar que fazia sua cabeça doer e deixava seus nervos agitados.
Por mais que ele falasse, não estava disposto a se acostumar com a situação, estava ali pelo simples objetivo de acabar com as aberrações cabeça-chefes por trás daquilo, e de preferência tirar dali todos os humanos, vivos e salvos.
Não queria um simples vampiro se achando no direito de lhe dar conselho, ou achar que tinham alguma intimidade sequer… as coisas já estavam estranhas o suficiente.

— Nós não somos amigos. Logo, não tem motivos pra você me dirigir a palavra. — Disse em um tom frio, ainda evitando contato visual, fingindo estar ocupado com alguma coisa. Na verdade, só estava matando tempo, pois se sentia muito agitado e não queria deixar isso transparecer na frente do vampiro.

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Mensagem por Natsume Umeki Qua Dez 25, 2019 2:15 am

Eu tinha dúvidas, ou melhor, sentia na verdade que algo não estava certo, algo naquele garoto me incomodava profundamente, o seu olhar, a sua expressão, sinto que já a vi em algum lugar, por mais que me falhe a a memória.
Por que será que eu estou imaginando se eu permanecer, não sei, alguns milésimos segundos com os olhos fechados serei capaz de levar uma estaca nas costas? Talvez seja pela minha pura intuição, ou acontecimentos passados que me fizeram acreditar que qualquer humano, levaria uma espécime de arma como se fosse seu brinquedinho. Aqui é como se fosse o Halloween, onde cada um esconde suas máscaras, um tipo de caça as escondidas e silenciosa, é isto que se tornou.

Mesmo que meus olhos estivessem vidrados nós livros que varria com o olhar. Minha audição não perdia nenhum detalhe sequer de seus passos e ações, nos mínimos detalhes até os atuais, ele não sairia de minha vista até ter certeza de que não fosse fazer nenhuma ação imprudente sequer. Este é o meu território. Lhe dar avisos é o mesmo que nada, estava claro que ele não se acostumaria nem mesmo com um milagre ou anos de convivência, me pergunto até onde chegaria o limite dos humanos. Quero testar a sua capacidade diante um monstro como eu.

— Uau, você fala. — Ergui uma celha parando na minha leitura, abrindo um pequeno sorrisinho de pura sacanagem. Aquela voz....não compreendia o motivo, mas me causava náuseas, fazia o meu sangue ferver e o coração palpitar no puro desconforto, alguma coisa estava acontecendo. Poderia jurar que escutei essa voz em qualquer lugar, não é possível. — Perdões vossa alteza, compreendo seu incomodo diante os monstros, não é como se eu fosse fazer alguma coisa que afete a sua segurança se isso lhe preocupa tanto. — Comentei com frieza e ironia na voz, fechando o livro de vez e deixar na prateleira, mordi o lábio na hora, não aguentando nenhum momento sequer diante essa presença tão incomoda e nada confiável, mas algo que eu tinha certeza é que a primeira impressão já foi feita, vamos nós odiar muito até lá. E comecei a flutuar um pouco, em direção até a porta, girando um pouco a maçaneta e ver se conseguia sair dali, e não jogar de vez o infeliz pela janela-.....me enganei. Através da brecha, dava para perceber a presença de monitores do lado de fora, dando broncas em dois estudantes que tentaram escapar dos dormitórios durante essa hora. Aquilo me fez bufar, e cravar as unhas sobre a porta de madeira ao ponto de arranhar de puro ódio. PERFEITO! Isso virou minha nova prisão, mas que completa merda. — Ótimo. — Resmunguei, soltando a mão, e fechando a porta de vez, e chutar de forma meio brusca a porta como forma de descontar essa merda toda que me enfiaram e que ainda terei de lidar, soltando um longo suspiro depois.

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Mensagem por Von Neville Qua Dez 25, 2019 3:30 am

De nada tinha adiantado pedir pacientemente para que não falasse consigo. Continuava a ouvir aquela voz estridente ecoar em sua cabeça, e por mais que tentasse não conseguia manter a calma. Não queria tomar nenhum remédio para não pegar no sono, mas também não queria continuar daquele jeito. Afinal, era só um vampiro, não era nada comparado a coisas que já enfrentou lá fora. Apesar de que por dentro sabia o motivo, que era mais fácil para si enfrentar o próprio Cthulhu do que enfrentar um vampiro, mas não deixaria se abalar por isso. Pela primeira vez decidiu se virar e encarar seu querido colega apropriadamente, e com uma sobrancelha erguida, observava o que ele estava tentando fazer. Era engraçado que o mesmo cara que segundos atrás dizia que teriam que se aturar agora estava afiando as unhas na porta com ódio no coração. O encarou por alguns segundos como se tivesse acabado ver uma cena ridícula em um teatro, que nem ao menos era engraçada. E continuando mantendo uma distância de pelo menos 3 metros decidiu falar:
— Se você não fizer nada, eu também não vou fazer. Mas se você fizer um único movimento suspeito você já era. — Aquilo para Von soava como um aviso amigável, já que não achava que devia satisfação alguma, mas mesmo assim estava ali, dando ela, com toda sua delicadeza de uma mula.
Resolveu voltar a ignorá-lo e se deitou, começando a encarar apenas o teto agora. Já que não ia dormir deveria pensar no que fazer no dia seguinte, e nos outros dias seguintes, pois não queria perder um ano inteiro de sua vida ali, então precisava fazer o que tinha que fazer o mais rápido possível e dar o fora.

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Mensagem por Natsume Umeki Qua Dez 25, 2019 3:58 am


Aquele silêncio dessa planta me deixava nós simples nervos, algo em sua presença me incomodava, e não era pouco. Me fazia sentir um imbecil em ficar me esquentando com coisas fúteis, claro, isso significa que estou tão maluco a chegar a este ponto-......? Só que foi em fração de segundos até ele virar seu rosto na minha direção. Porém eu preferia que ele estivesse virado na lua, do que reparar nas ações que faço. Tudo bem, eu citei perfeitamente que teríamos de nós aturar, isso é fato, mas agora estar trancado no próprio quarto eu não sou obrigado a porcaria alguma, tenho o direito de respirar um pouco de ar.

O que me deixava puto, não era os monitores em si, é mais aquele humano estar parado ali, como se fosse um fantasma observando meu falho intento de sair daquela jaula. Porém, aposto que nem ele sequer aguenta estar no mesmo quarto, isso se tornou evidente desde o início. Mas no mesmo instante que o moreno citou sobre "movimentos suspeitos", "você já era" me trouxe lembranças repentinas em mente. Típicos de caçadores que cospem suas essas frases para criaturas indefesas, aquilo me fez rir de tão ridículo que era, nem ousei mexer nenhum músculo sequer. Porque realmente, não valia a pena esganar aquele maldito agora. Apenas permaneci de costas, mordendo os lábios com força, contendo a fúria interior, para apenas comentar com clareza e sem pressa: —.....Ou seja, você não está desprotegido totalmente. Que cômico. — Disse virando meu corpo para a frente, abrindo um pequeno sorriso desafiador e pronunciar-me da forma mais amigável possível, mas saindo de forma ríspida ao mesmo tempo: — Suas palavras são minhas. — Não há dúvidas que ele guarda qualquer tipo de arma para defesa, um humano comum não faria uma ameaça daquelas sem estar totalmente protegido e seguro de suas ações, essa calmaria, eu conheço perfeitamente da ponta dos dedos. É aquela que sinto muita repugnância, terei de ficar alerta quanto esse cara.

E como o outro decidiu seguir em seu próprio mundo, aquilo era um alivio, pois teria tempo para pensar em um como elaborar uma rota de fuga sem impedimentos. Tanto que me dirigia até a janela do dormitório, olhando atentamente para o lado de fora, e graças a visão noturna, tentar identificar se não tinha ninguém pelo outro lado da janela.
— Você quer dar o fora daqui, não? — Perguntei, passando a mão no vidro, ainda atento pelo o que está ocorrendo no exterior: — Tem como sair do quarto, você não está totalmente preso se não usar o cérebro para isso. Mas se quiser permanecer aprisionado com um vampiro dentro, fique sabendo de que eles não dormem durante a noite. — Falei por fim, enfiando as mãos no bolso e começando a flutuar pelo ar, a procura de uma abertura, qualquer uma que seja para ser a oportunidade perfeita de sair. E claro, nada melhor que provoca-lo para expulsa-lo do quarto de uma vez por todas com essa ameaça boba e pelo menos tentar convence-lo a criar um plano de fuga. Porém, isso cabe a ele, querendo ou não, não permanecerei dentro dessa caixa minuscula e sufocante.

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Mensagem por Von Neville Qua Dez 25, 2019 5:08 am


O engraçado daquela situação toda é que nem precisava se esforçar para não acabar pegando no sono. Todo o barulho que aquele vampiro fazia já era o suficiente para deixá-lo acordado, e sem falar que ele não calava a boca. Tentava ignorar o que ele falava, mas seu orgulho o fazia se sentir na obrigação de dar uma resposta à altura, mas sabia que isso só iria resultar em mais discussão desnecessária e ficariam a noite toda apertando a mesma tecla, então deu um jeito de engolir seu próprio orgulho.

Ameaças de monstros soavam vazias em seu ouvido, pois apesar de terem habilidades paranormais, a maioria não sabiam as usar apropriadamente e acabavam caindo em armadilhas ridículas. Seus pais sempre ensinaram a jamais subestimar um oponente, mas acabava sempre fazendo isso por ser um cabeça dura. Mas por incrível que pareça não estava tentando subestimar o vampiro nem nada do tipo. Não é como se o respeitasse, mas sua guarda estava mais alta do que estaria em uma caçada qualquer.

Olhou pra ele quando o mesmo terminou de falar, porém agora era visível a pureza da sua irritação plantadinha em seu rosto.
— Então isso significa que você vai encher meu saco a noite toda? — Claramente não era isso que o sanguessuga queria dizer com "Vampiros não dormem", mas foi isso que Von interpretou daquilo.

Ele levantou da cama num único movimento, passando reto pelo vampiro e pegando a primeira coisa sólida que estava em seu caminho, indo até a janela e, com toda sua força e ódio, bateu com o que tinha na mão contra o vidro da janela, o quebrando em pedacinhos. Jogando o objeto que segurava no chão, voltando a encarar seu colega.
— Você quer sair? Então sai porra! —
Foi só depois de quebrar o vidro na porrada que pensou que aquilo poderia ter consequências, mas sinceramente não ligava se iriam culpar ele ou o monstro, ou os dois, ou simplesmente iriam deixar aquilo passar. Era tanta coisa para um único dia que só queria um tempo sozinho para pensar, seja naquele quarto ou em qualquer outro lugar.
— Se os seguranças perguntarem, eu assumo a responsabilidade. — E voltou para sua cama como se nada tivesse acontecido, esperando o vampiro sair por conta própria. Se ele não quisesse, então ele mesmo iria pular daquela janela.

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Mensagem por Natsume Umeki Qua Dez 25, 2019 12:15 pm

É impressão minha ou esse cara está apenas avoado no seu canto? Não era ele que se sentia desconfortável na presença e agora parece que já sabe como evitar confusões com meu temperamento permanecendo em seu canto, ou talvez ele fosse esquisitão o suficiente para isso, vai se saber.

Porém, por questões de segundos, não demorou muito para a máscara do outro cair de vez. Era óbvio que ele ficaria irritado de qualquer forma, pelo visto os humanos são bem sensíveis quando se tratam de intimidação, que comédia.
—.....Eu não falei isso, mas se pensa assim, o problema é seu colega. — Dei de ombros, claramente despreocupado em como ele interpretaria. O que ele pensava sobre vampiros não dormirem a noite? Citei mais o sentido que eles não iriam dormir tão cedo só por um humano de quinta categoria estaria incomodado com luz ou barulho, não como se eu fosse ficar na sua cola igual a um cachorro.
— .....? Mas que merda? — Ergui a celha um pouco, ainda de braços cruzados, me virando para atrás calmamente ao ver o moreno dar a louca para destruir a janela em frações de segundos. Esse cara tem problemas? Ele não sabe como abrir uma janela de forma adequada além de querer meio mundo? Eu não comentei nada, permaneci no mesmo canto com a maior cara de bunda possível olhando para a merda feita e as mil possibilidades de que como eu iria provavelmente me ferrar por causa de seus impulsos de uma anta.

O mais engraçado é que o filho da puta ainda se deita como se nada tivesse acontecido. Se esse desgraçado pensa que pode me tirar dessa Escola cedo demais ele está enganado, ele escapa dessa somente hoje. Ignorava as suas queixas para me concentrar no som dos passos em direção de nosso quarto ótimo, eram os seguranças. E apenas suspirei fundo, girando a maçaneta e semi-cerrar um pouco os olhos com aquela luz da lanterna praticamente estar na minha cara e o homem perguntar:

"Aconteceu alguma coisa aqui?"

Apenas bufei, abrindo um pouco a porta para o homem analisar melhor a situação. No entanto, eu fiz algo diferente para escapar dessa, uma de minhas mãos estavam por detrás das costas, e apertava meu punho de forma discreta, fazendo as folhas dessa árvore se balançarem com brutalidade. Dessa forma deixando que maçãs caiam para dentro do quarto na mesma velocidade meio bruta em direção do chão. Para logo falar de forma desinteressada:
— Estava ventando muito no quarto, tanto que fez que uma maçã quebrar a janela como podes ver. — Comentei, ainda mantendo o vento presente, para que não somente eu possa sentir, e sim o próprio segurança. Que ele olhava para a árvore e logo para os cacos de vidros, se afastando um pouco por causa da mini-ventania para sair do quarto de vez com receio de ser atingido também, afinal o problema era nosso. Mas vendo a expressão do homem, ele pareceu ter caído nessa, visto que nessa época do ano é comum ter ventanias fortes como essas.

"Irei reportar com a diretora sobre isso para ver o que ela pode fazer a respeito, cuidado garotos, uma dessas podem ferir-los nessa velocidade." Disse o homem por fim, acreditando nessa minha história e se retirando dali. E assim eu fechei a porta de vez, afrouxando meu punho para fazer o vento parar de vez. Se não fosse pela minha manipulação de vento, eu praticamente teria dores de cabeça futuros para lidar por conta desse imprudente. Então, como sei que ninguém veria mais aqui nessa hora, flutuei de vez em direção da janela tomando cuidado com os cacos quebrados me preparando para sair, mas sem antes dizer para o gênio: — Se ficar ligando sempre para provocações, você não irá durar nem três dias aqui.  — Alertei não de forma sarcástica ou com brincadeiras para a sua cara, mas estando sério em relação a isto. Se fosse com qualquer outro estudante daqui que tivesse o mesmo temperamento que o meu, eles não aguentariam e começariam uma guerra. Mas enfim, problema é dele, e aquele estressadinho apenas me facilitou tudo, e escapei pela janela para perambular pela Escola durante a noite. O que me deixou mais aliviado de certa forma.

E após algumas longas horas fora, retornei ao meu dormitório pela mesma janela quebrada de forma discreta, para retirar meus sapatos e assim ir até na minha cama de uma vez por todas, e enfiar o rosto no travesseiro. Por algum motivo, quando sempre está perto do amanhecer me deixa mais sonolento, tanto que não me custou muito para fechar os olhos e pegar no sono e ter os mesmos pesadelos de sempre. Sonhos do tipo lembranças do passado e dos momentos que passava com Von quando eramos crianças, aquilo era cruel, uma maldição em ter de rever essa mesma face em meus sonhos. Uma face que me causou dor e raiva durante esses anos, mas ao mesmo tempo, uma parte de mim, ainda não parecia esquece-lo não importando o que ele fez de ruim, que completa porcaria....
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Mensagem por Von Neville Qua Dez 25, 2019 11:48 pm

Não se moveu do lugar ao ouvir os passos do segurança no corredor. Já havia dado a sua palavra sobre assumir a responsabilidade, e não estava mentindo. Afinal em qualquer encrenca que se metesse ali dentro sabia que teria o apoio de sua família e de outros caçadores também. Mas o que não conseguia entender era porque o outro dito cujo ainda não tinha dado no pé e fez questão de abrir a porta pro segurança, inventando uma mentira. Queria mesmo era abrir a boca para dizer o que havia acontecido, mas estava muito confuso no momento e acabou só observando o guarda engolir aquilo e ir embora.
Aquilo só conseguiu o deixar mais irritado e incomodado, então no segundo que o segurança se foi, virou seu corpo pra parede ficando de costas para o monstro, fingindo que não estava ouvindo seu aviso. Só relaxou quando percebeu que o mesmo já tinha dado no pé.
Foi só quando ele saiu que se deu conta de que não deveria ter deixado isso acontecer, já que ele poderia sair para uma "caçada" e ferir alguém. Pensou em ir atrás dele, mas não encontrou coragem de sair de sua cama para fazer isso, então apenas abraçou forte seu travesseiro e ficou matutando isso na cabeça até pegar no sono.

🌟Like a Star @ heaven🌟

Acordou bem cedo de manhã. Havia dormido mal como sempre, e por um momento teve a impressão de que tudo não passou de um pesadelo e que seu colega de quarto não era nada mais nada menos do que uma ilusão de sua mente cansada. Mas depois de esperar alguns segundos pra sair daquele transe de "acabou de acordar", passou seu olhar pelo quarto e o encontrou ainda dormindo e viu a janela quebrada. Aquilo lhe causou uma sensação ruim, como quando você está tendo um sonho muito bom do qual não quer acordar, mas de repente acorda e percebe que nada era real, e a realidade bate na sua cara dizendo que tu tem que ir estudar. Era um pouco diferente aquela situação, mas a sensação era a mesma.
Levantou resmungando e começou a se arrumar, tomando um banho e fazendo todas aquelas obrigações matinais. Tentou fazer o mínimo de barulho possível para não acordar o vampiro, mas não por empatia, e sim porque não queria começar o dia com uma discussão.
Até fez questão de limpar os cacos de vidro perto da janela, cortando um pouco um de seus dedos já que estava catando alguns pedaços sem nenhuma proteção, mas aquilo realmente não o incomodava… Sem falar que, estava atrasado (atrasado = uma hora adiantado dos outros).
Pegou suas coisas e deu o fora dali, até mesmo se esquecendo de fechar a porta ao sair.

A aula iria começar daqui a alguns minutos. Atualmente, ele era o único ser vivo ali presente, sentado em sua cadeira e revisando as suas anotações de suas caçadas, acrescentando e corrigindo algumas coisas.
Já estava ali por quase uma hora. Os outros poderiam pensar que ele era um CDF, mas na verdade aquilo era só uma desculpa para não permanecer em seu quarto e ficar longe de todos por alguns instantes, momentos raros que ele apreciava muito.
Mas não demorou muito para o sinal tocar, e num instante os corredores foram invadidos pelo barulho de todos os alunos. Também não demorou para a sala ficar cheia rapidamente e ter seu sossego assassinado. Quando a professora entrou na sala, ele guardou seu livro de anotações e pegou um outro que era relacionado à matéria. Não estava nem um pouco afim de ter aquela aula, mas não tinha muito que pudesse fazer.
A professora organizou suas coisas na mesa, e logo em seguida se posicionou em frente toda a sala, e começou a falar:
— Bom dia à todos! Hoje eu pensei em fazer uma aula mais dinâmica, pra que vocês possam se conhecer melhor. — Von revirou os olhos, já não estava gostando dessa ideia e nem ao menos sabia do que se tratava. Não estava interessado em conhecer ninguém ali e muito menos se submeter a projetos ridículos de escola.
— A atividade é obrigatória, e valerá uma boa parte da nota. — Essas palavras o fizeram desabar na mesa, como se o ânimo restante no seu corpo tivesse evaporado no mesmo momento em que ouviu isso. E ele não foi o único, a sala inteira soltou um suspiro de desânimo e começaram a resmungar uns com os outros.
— Silêncio por favor! Eu vou entregar um papelzinho pra cada um de vocês, e vocês deverão se unir com quem tem um papel da mesma cor que a sua, formando grupos de quatro. — Enquanto ela ia passando pelas mesas entregando os papéis, ela também ia explicando como tudo ia funcionar. Aparentemente eles iriam ficar em um grupo com 3 humanos e 1 monstro, e teriam que conversar para conhecer a raça desse monstro em específico.
Quando a professora passou pela sua mesa, ela lhe entregou um papel de cor vermelha. Mal tinha recebido o papel e já estava tentando ver quem mais estava com papel vermelho. Como tinha alguns alunos que já estavam de pé procurando seus parceiros, resolveu fazer o mesmo e começou sua caça pelos seus colegas. Não demorou muito até uma menina puxar seu braço, e com um sorriso animado lhe mostrou o papel que tinha em mãos. Junto dela estava um garoto, que também estava sorrindo.
Acompanhou eles e juntos, os três juntaram algumas mesas, e logo ele e o outro garoto se sentaram, enquanto a garota foi buscar o último integrante do grupo. Ainda tentava ver por cima do ombro quem estava com o último papel, mas era difícil ver alguma coisa com toda a algazarra que os alunos estavam fazendo para se juntarem.


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Mensagem por Natsume Umeki Qui Dez 26, 2019 1:30 am

♦ 🖤 🉐


Não faço ideia quanto tempo eu tenha permanecido dormido, o que era ruim de fato acordar em um certo horário para ir nas aulas. Custei muito a sair da cama, porque ainda não queria encarar a realidade fora disso, mas eu não tinha escolhida, tinha de continuar a minha vida. Apenas resmungara ao me levantar da cama não somente pelo horário, mas também por ter a porcaria de uma janela aberta, isso acaba irritando na pele. Tanto que tive de me levantar de forma meio brusca para ir até a janela - ou era que tinha -  para fechar as cortinas. Pelo menos isso o outro maluco não tinha as rasgado para a minha sorte, e suspirei passando a mão nós olhos para tentar "acordar" de vez, para me lembrar daquele pesadelo de ontem, puta merda, eu imagino que vai ser assim pelo resto do ano? Isso é uma completa merda sem dúvidas, pelo menos o outro "limpou" a bagunça dos cacos. E então, para não perder tempo, me dirigia ao banheiro  para tomar o banho e logo me arrumar de vez me perguntando que tipo de situação eu teria de lidar por hoje.

E sai logo do dormitório, que a porta estava aberta graças a um gênio, como se não tivesse preocupações de algum maluco invadir do nada para me dirigir aos corredores e seguir aquela multidão até entrar na sala. Aquilo parecia um circo de horrores, estava espalhado de humanos como se fossem parasitas, era impossível não suspirar e me dirigir ao meu canto em puro silêncio sem olhar para ninguém ou trocar alguma palavra. E sempre foi assim, preferiria mil vezes estar longe da multidão, e comecei a abrir meu caderno de anotações começando a ignorar a presença da professora ou seja lá que tipo de invenção maluca ela teria dessa vez. Urgh....isso acabaria atrapalhando em meus planos dessa forma, não se tem paz mesmo.
Porém aquilo se acabou por questões de segundos ao escutar as palavras "conhecer melhor", era bem cômico, conhecer o que exatamente? Não vamos ter um ano inteiro para isso? Afinal, não compreendo o porque dessa merda ser obrigatória, claramente forçar interações entre geral vai tornar as coisas melhores, que piada. Revirei os olhos claramente desinteressado, continuando com minhas anotações que eram mais importantes de fato.
No entanto, minha atenção foi capturada ao ver um papel de cor vermelha ser entregue na minha direção, ou seja, eu não tinha escolha por mais que eu não quisesse. Conforme as explicações forem ditas e de como funcionava aquilo me deu vontade de rasgar e sair me jogando pela janela, agora significa que eu viraria uma espécie de cobaia para um trabalho inútil? Que ódio, tanto que não obtive coragem de sair de minha mesa de forma alguma. Que eles venham até aqui, não irei perder meu tempo e procurar por pessoas, a minha interação já não foi amistosa ontem e muito menos será agora. Então fingia que não existia naquele momento, era até melhor assim-.....

"Olá. Você é o último integrante certo? O que está fazendo sozinho? Não seja tímido, venha conosco, todos estão ali!", sorriu uma moça que cutucava o meu braço e apontava para o outro lado da mesa que mal dava para enxergar por conta da multidão. E apenas dei de ombros, bufando e fechar meu livro de vez, para me levantar e seguir a garota até onde estariam os outros integrantes. Hã....falando no diabo, ergui uma celha ao ver a figura do meu querido colega de dormitório no meio disso, ou seja, ele vai fazer parte do mesmo grupo? Puta merda, não tem jeito de escapar desse cara. E me sentei no canto sem pronunciar nenhuma palavra, apenas com as mãos no bolsos, e desviando o olhar para a direção oposta que parecia mais interessante de fato.

"Bem, estamos todos reunidos agora certo? Prazer conhece-los, eu sou Midori. Espero que possamos nós dar bem nesse trabalho e dar o nosso melhor! Alguma ideia de como podemos iniciar? Bem....visto que temos aqui junto com um...."

A garota semi cerrou os olhos tentando decifrar pela minha cara o que tipo de raça eu seria, e apenas suspirei falando: — Vampiro. — Disse por fim, implorando para que ela não faça nenhuma pergunta idiota.

"Incrível! Vai ser muito fácil, visto pelos filmes que eu assistia. Ou espero estar certa em uma boa parte ahahah!" Riu animadamente, junto com o outro garoto do lado. E aquilo me fez erguer uma celha a olhando como uma expressão de que se isso era sério que falou a respeito de filmes. Só por ser um vampiro, não significa que eu vai brilhar na luz do dia e ser aquele sangue suga que passa nas telas de cinemas, a realidade é bem outra por sinal, é cada uma que escuto.
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Mensagem por Von Neville Qui Dez 26, 2019 3:01 am

Quando finalmente achou a garota na multidão, notou que ela estava acompanhada com um outro aluno. Ela andou bem rápido na direção das mesas juntadas, e logo pôde ver quem era o dito cujo que seria a vítima.
Tentou esconder sua cara de descontente ao ver seu colega de quarto ali, olhando discretamente para sua mão pra ver se o papel que estava segurando era realmente vermelho.
"Será que isso é realmente considerado vermelho?" Queria tanto não acreditar que aquilo era verdade que já estava até pensando em idiotices como aquela.
Enquanto a garota falava e se apresentava, Von ficou encarando o vampiro com uma cara de bunda, sem nem perceber que estava o encarando demais. Mas ainda assim, estava escutando o que a garota dizia.
Suspirou fundo ao ouvir aquele comentário mais inocente do que ignorante, e tentou explicar com toda a calma do mundo:
— Tudo o que você vê em filmes e livros não passam de besteiras inventadas. A única coisa que dá pra se levar em consideração de obras fictícias é que eles se alimentam de sangue, o que significa que eles nos enxergam como gados ou criaturas insignificantes. Vocês deveriam manter distância. — Assim que terminou de falar, escolheu uma folha do seu caderno e parecia estar pronto pra anotar coisas. Nem percebeu que os outros dois humanos haviam parado de sorrir, pois perceberam que o clima estava um pouco pesado ali.
Como a Midori não soube o que responder, o garoto se pronunciou.
— O-ok, mas… Que tal se a gente começar com as coisas positivas primeiro? Eu ouvi dizer que alguns vampiros se alimentam de sangue animal. — Ao ouvir isso a garota voltou a sorrir e entrou na vibe de seu colega.
— É verdade! Nem todo vampiro se alimenta de sangue humano, não é? —  
Era difícil para Von acreditar no que estava ouvindo. Graças a ficção, existia humanos no mundo que achavam o máximo pensar na possibilidade de estar na presença de monstros, assim como adolescentes ingênuos que sonhavam com vampiros que tinham o potencial de serem o amor de suas vidas, quando na verdade isso estava bem longe da realidade.
— Bom, é verdade, mas isso é uma dieta difícil de manter. É como deixar de comer carne ou começar uma dieta… não é um processo fácil, mas leva questão de segundos pra voltar pro antigo hábito. — Ele falava como se não se importasse com que o outro ia pensar ou se ele ficaria ofendido. Estava apenas repetindo coisas que aprendeu de outros caçadores, não estava tentando ridicularizar ninguém de propósito.
Os outros dois alunos olharam para o albino esperando alguma resposta dele, como se estivessem sem argumentos para rebater o Von, além de estarem desconfortáveis com aquilo.
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Mensagem por Natsume Umeki Qui Dez 26, 2019 1:16 pm


Eu não poderia me sentir mais "honrado" do que estar no mesmo grupo que esse cara. Posso dizer que sou bastante azarado, eu não escondi a minha expressão de desgosto quanto a isso, tanto que olhei para o papel em mãos para ver se essa cor estava certa, eu tenho quase certeza que essa porra é um laranja exótico ou algo do tipo. Ou era isso que eu esperava. Porém, eu não tive escolha a não ser ficar olhando de igual com a mesma cara de bunda para o outro, o que ele fica me encarando tanto? Ele por acaso sabe que nós vampiros temos sentidos aguçados para perceber até uma simples mirada como essa? Claro que a minha atenção foi capturada ao escutar aquele comentário bobo da outra, isso vai me dar muito trabalho no futuro, mereço.
No entanto ergui uma celha, nem um pouco surpreso em ouvir uma opinião daquelas vindo do outro, aquilo era engraçado de fato, porque o moreno citava cada palavrinha tipica de caçadores, é muita coincidência. Já lidei com vários, com esse não parece ser diferente ou algo assim. Aquilo me fez prender a risada, até os humanos não sabiam como agir diante o constrangimento. Vemos perfeitamente que ele é o único humano que pensa dessa forma diferente dos demais. Só que nesse caso, fiquei brincando com um dos lápis que tinha na mesa e girando entre os dedos fingindo estar desinteressado para falar calmamente:
— Ele está certo, não se enganem pelo o que a mídia diz. É claro que existem vampiros que não são bonzinhos, mas isso se aplica também para as pessoas, como não existem os santos. Mas se os vampiros são bem perigosos e que deveriam manter distância como o nosso colega diz, a diretora não pensaria arriscar a segurança de seus alunos sabendo que eles não podem conviver entre si certo? Não se esqueçam que eles foram humanos um dia. — Disse por fim, fazendo que os humanos encolhessem os ombros e tentasse rir para abafar o clima pesado, e a garota dizer: " - Compreendo, saber de vampiros é mais complexo do que eu imaginei. A diretora foi muito generosa em querer a união entre geral, não é pessoal? ",  disse olhando para ver se pudessem concordar com ela e até mesmo falarem entre si como se fossem íntimos, eu não me pronunciei, diferente do outro humano que estava concordando para fechar os olhos diante a realidade. E suspirei pesadamente, é claro que tendo esse tipo de assunto vamos discordar em certas partes. Só o que o meu colega de quarto não sabe, é que nós sobrevivemos dessa forma, o mesmo com eles que ficam comendo animais, seria muita hipocrisia pensar que os vampiros sejam os únicos a pensar eles como gados.

E apenas assenti em silêncio sobre vampiros se alimentarem de outros meios, afinal, cada um tem sua maneira de saciar a sua fome, e eu tenho a minha sem sujar minhas mãos com esses parasitas. Era mais divertido ver como o outro pensava em como rebater tais argumentos, ele se recusa em acreditar que nós não somos tão sangue-sugas assim. Aposto que ele teve uma péssima experiência com um vampiro que foi cuzão com ele para ser dessa forma, pois de outra não teria. — Eu passei toda a minha vida sobrevivendo de sangue animal. — Retruquei cortando a sua frase final, quando começava a escrever coisas no meu caderno, mas sem tirar a atenção da conversa: — Não é difícil se conseguir, mesmo que não forneça o mesmo nível do sangue de um humano, eu não morri de desidratação como podem ver. O problema é que nem todos seguem o mesmo método, é isto. — Dei de ombros, terminando de escrever e fechar o caderno. Não estou defendendo ninguém, eu conheço perfeitamente o instinto dos vampiros e de como eles se satisfazerem com sangue humano. Porém eu nunca encontrei apetitoso, mas dava nojo, preferiria mil vezes passar fome do que ingerir um veneno como esse. Logo ergui uma celha para olhar para os dois humanos com uma expressão de: "Mais uma pergunta idiota que queiram fazer?"

E o garoto, tossiu para disfarçar e olhar para o caderno vazio, pois sabia que não poderia colocar uma coisa desses no trabalho:
" - O-ok pessoal, isso vai ser mais difícil do que imaginado. Mas não há problemas! Juntos podemos pensar em algo para escrever no trabalho, o intuito não é conhecer melhor os vampiros? Então, temos que ver como é o dia a dia dessa raça!"
— Por acaso eu virei um animal tipico de um documentário? — Olhei para o outro com um certo desprezo, logo cruzando os braços para não me estressar mais do que estava: — E que ideias tem então? — Terminem logo com essa porcaria...

E então a garota, se levantou da mesa como se tivesse tido uma grande ideia e sorriu para nós meio pensativa:
' - O que acham de dar um passeio pela Escola? Se nós conhecermos melhor entre geral, podemos conseguir mais informações mas de uma forma mais dinâmica, a professora está liberando todos para que possamos sair das salas e preparem o trabalho, o que acham pessoal? Vaaamos, vai ser divertido, os imploro!" Disse Midori, sacudindo levemente os ombros do outro humano, choramigando para tentar nós convencer, e apenas dei de ombros em relação a isto, lá vou eu me enfiar em uma situação dessas.

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Mensagem por Von Neville Qui Dez 26, 2019 8:40 pm

Ficou escutando aquelas palavras com uma cara de “é sério isso?”. Não podia acreditar na ingenuidade das pessoas de achar que estava tudo ótimo em colocar alunos que não sabiam se defender de uma facada com “alunos” que podiam controlar o vento ou esmagar todos em segundos com sua superforça.
— Como você mesmo disse… Eles eram humanos. Agora não passam de monstros sem controle sobre os próprios instintos.
Instinto. Sabe o que é isso? —
Ironizou sua última fala, jogando uma pergunta retórica no ar, mas o encarava como se ele realmente não tivesse conhecimento disso e nem mesmo de nada do que estava tagarelando. Era incrível como, apesar do clima, estavam só se alfinetando com palavras, e não tentando matar um ao outro… Apesar de estar sempre semi-preparado para uma situação assim.

Se virou para garota, que teimava em tentar deixar as coisas melhores, mesmo fracassando em todas as suas tentativas.
— Eu entendo como vocês se sentem, mas não deveriam botar a mão no fogo por gente desconhecida, muito menos gente desconhecida que pode facilmente te ferir. — Sua voz e expressão soavam mais calmas quando se dirigia somente aos humanos. Mesmo os achando uns ignorantes idiotas, não podia deixar de se preocupar sobre aquilo.
O que era bem diferente quando se tratava de seu colega. Só de o encará-lo seu rosto se fechava mais rápido do que as portas de vestibulares se fechando na cara de alunos atrasados.
— Eu não vou discutir com você. Fale o que quiser, uma hora ou outra você vai se contradizer e provar o que estou dizendo. — Suspirou fundo e se apoiou na mesa, deixando o rosto apoiado na palma de sua mão. O tempo parecia que já tinha passado horas, mas quando olhou no relógio, só havia se passado uns 5 minutos. Os únicos que pareciam estupidamente animados com aquilo eram aqueles dois estranhos, que sinceramente Von chegou a duvidar por um breve momento que eles eram realmente humanos.
Realmente não iria ser fácil passar por isso sem arrumar treta que os fizessem parar na diretoria. Mas por um milagre ouviu a primeira boa ideia do dia. Como aquilo ajudaria no trabalho? Não fazia ideia, mas não aguentava ficar nenhum minuto a mais naquela mesa debatendo sobre a vida de vampiros, então somente aceitou.
— Qualquer coisa para sair desse inferno de sala. — Se levantou, porém a garota que já estava levantada colocou um braço em volta de seus ombros e o puxando para mais perto. E de alguma maneira, puxando os outros dois juntos numa euforia bruta, como se estivesse com medo de que alguém mudasse de ideia.
A empurrou de leve para que a garota se desgrudasse dele, e a mesma não ligou, pois parecia muito alegre com aquela ideia que acabara de ter.
— Nós não começamos bem, mas vamos ter um final feliz sim! Vamos tirar a maior nota da sala!
… Pra onde vamos? —

Não pôde evitar de revirar os olhos. Aquela era a situação mais estranha em que já se metera na vida, e olha que já esteve no meio de muitas situações estranhas. Eles estão andando pela escola como se fossem super melhores amigos, quando na verdade nem se conheciam direito.
— Eu já me apresentei? Meu nome é Midori, e o de vocês? —
O outro humano foi o primeiro a se pronunciar.
— Izuki! E-eu espero que realmente tudo termine bem. Vamos ter fé que não tem erro. —
Hesitou um pouco, pensando se deveria dizer seu nome verdadeiro ou não… Apesar de que eles iriam descobrir mais cedo ou mais tarde, de qualquer jeito.
— ...Von Neville — Disse, sem cerimônia alguma.Seu nome era um pouco peculiar se fosse comparado com a maioria dos outros alunos, e por isso odiava apresentações, todos costumavam ficar curiosos para saber de onde o nome veio, qual era o significado e como se pronunciava. Só implorou mentalmente para nenhum deles fazer isso agora.
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Mensagem por Natsume Umeki Qui Dez 26, 2019 9:25 pm

— Se eu fosse seguir meus instintos, acredite, você não estaria aqui cuspindo seu veneno na minha cara. Porém não vale a pena sujar as mãos com vocês parasitas. — Retruquei com um sorriso de deboche nos lábios. O olhava de forma desafiadora, eu sentia que seriamos inimigos naturais desde a primeira vez que nós vemos e sempre vai ser assim, se não fosse por mim, eu teria ferrado com ele ontem.  
"— E-entendo que possa ter dessentimentos, mas pessoal! Estamos aqui para fazer o que a professora pediu, vamos fazer o nosso melhor para evitar esse clima tenso!" Disse a garota fazendo um beicinho infantil.
Eu apenas suspirei quando cutucava os meus dedos sobre a mesa, quando brincava com o lápis entre meus dedos para procurar uma coisa mais interessante do que ficar me estressando com aquele idiota. Mas só dele me olhar com aquela cara de bunda dele, que já é assim naturalmente ergui uma celha me perguntando o que ele tanto encarava. Que foi? Perdeu o cu na minha foi? Esse cara vai me tirar do sério um dia.

— Que seja, faça o que quiser. — Desviei o meu olhar, retornando ao meu mundo, escutando no fundo aqueles humanos rindo e falando como se nada tivesse acontecido, e continuando a trocar ideias entre si, afinal, quem perderia o vosso tempo se estressando conosco? Ninguém claramente. No entanto, eu sentia ser puxado do além sem nenhuma permissão para perto deles, aquilo me fez tentar me livrar, mas era impossível visto a posição que estávamos, e apenas revirei o olhar, conseguindo dar meu jeito de escapar.

" — Boa pergunta Midori, que tal dar uma avistada nós clubes da Escola? Seria uma boa ideia! Hey, hey, vocês fazem parte de um? " Perguntou o garoto quando ajeitava os óculos, sorrindo alegremente.
— Não. — Falei sem pensar duas vezes, mas não querendo me envolver em nenhum, seria perca de tempo visto a minha situação real nessa Escola. E falando nisso, caminhamos pelos corredores sem rumo a procura de um entretenimento nessa prisão cheia de salas e pessoas. Logo acabei por escutar o nome daqueles humanos, que quiseram iniciar logo uma interação para saber os nomes. E apenas suspirei imaginando os apelidos toscos que eles dois me dariam, me pergunto até se e´uma boa hora para falar o meu, mas eles acabariam descobrindo de uma hora a outra e decidi me pronunciar calmamente sem retirar o olhar da frente:
— Natsume Umeki-....? — Falei no mesmo instante que.....Von? Que merda é essa que acabei de escutar? No mesmo momento parei de andar, ficando por detrás olhando para o chão de forma incrédula, fiquei pálido na hora, como se meu coração fosse parar de bater a qualquer minuto, permaneci em um silêncio mortal até os dois pararem de andar também e olhar para atrás:
"— Que nomes legais e diferentes vocês tem! Podemos saber qual é o significado deles-....Natsume? Aconteceu alguma coisa?" Sorriu Midori tombando a cabeça um pouco confusa.

Eu não disse nenhuma palavra, e me virei de costas andando de forma apressada até um dos banheiros que estavam próximos. Tanto que deixou Izuki confuso e perguntar:
" — Será que está passando mal? Ele foi para o banheiro então, então vamos esperar-lo gente!", comentou, olhando para os dois meio perdido se é para fazerem isso ou se deveriam ir para lá, Midori apenas assentiu dando um sorriso torto, se encostando na parede.


♦ 🖤 🉐

Abri a porta do banheiro de forma brusca, indo em direção de uma das cabines, me inclinando de frente da privada para vomitar tudo que tinha dentro do meu estômago, deixando meu corpo meio atordoado, dando a descarga para ir em passos arrastados até a pia e pousar as mãos nas laterais da pia para tentar recuperar o fôlego, minhas mãos apertavam com tanta força na porcelana que chega rachava.
— PORCARIA! — Gritei, sentindo o meu sangue ferver no mais puro ódio e confusão, sentindo as lembranças rebaterem na minha cabeça com brutalidade. Somente de escutar esse nome, e de saber que ele estaria aqui, na minha frente como se nada tivesse acontecido me deixa uma pilha de nervos. Minha preocupação não era que ele estivesse vivo, porque no momento que o empurrei não era para ter certeza que estivesse morto....mas....saber que estaria aqui no mesmo ambiente que eu, tinha certezas de que era ele, pela expressão familiar, o nome, era impossível não reconhecer. Essa merda me atormenta novamente, me fazendo lembrar de meus pais serem assassinados na minha frente, da fuga para sobreviver daqueles caçadores, da traição. Era demais para eu suportar e processar, tentava respirar fundo no meio de tanta confusão. Por que ele não some da minha frente de uma vez por todas? É TÃO DIFÍCIL ASSIM?
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Mensagem por Von Neville Sex Dez 27, 2019 7:06 pm

A ficha demorou alguns segundos para cair em si. Na verdade, ela só caiu quando ouviu Midori repetindo aquele nome, o fazendo se virar para encarar… Natsume?

O seu coração apertou forte. Aquela situação parecia muito surrealista, parecia que ainda estava dentro de um sonho, ou melhor, pesadelo.
Von não queria aceitar que fosse real, mas seu subconsciente já sabia que tudo aquilo era real sim. Ficou imóvel, observando Natsume se afastar. Todo o som do exterior estava sendo abafado por suas memórias e pensamentos, e tudo parecia passar em câmera lenta.
Ficou alguns segundos na mesma posição encarando um ponto fixo, quando foi tirado de seu transe, sendo chacoalhado por Midori perguntando se estava tudo bem.
Ele os encarou, e apesar de seu rosto estar pálido e sua expressão dizer o contrário, apenas disse:
— ...Eu to bem. Já volto. — Dito isso, saiu na direção oposta, aumentando os passos quando já não estava mais na visão de Izuki e Midori. Ele andou até a parte exterior, procurando um lugar vazio para ficar. Mas como aparentemente havia aluno em todo o canto daquela escola, decidiu escalar o muro, tomando cuidado para os guardas não perceberem, e caiu do lado de fora… De um jeito não muito harmonioso.
Gemeu de dor e com dificuldade, se ajeitou para poder se sentar, abraçando suas pernas, e em seguida finalmente deixou os seus pensamentos invadirem sua cabeça.
Ainda era difícil digerir tudo aquilo, aceitar que era real.
Naquele momento só desejou ir pra casa e nunca mais voltar ali.
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Mensagem por Natsume Umeki Sex Dez 27, 2019 11:18 pm

Eu não faço ideia por quanto tempo eu tenha permanecido naquele banheiro, não demorou muito para tentar acalmar meus batimentos e passar a mão pelo rosto de forma incrédulo. Sinto que, eu preciso de um descanso, sei lá, precisava organizar meus pensamentos porque ficava difícil de pensar nesse meu estado. Eu não esperava por uma situação dessas, isso é o verdadeiro pesadelo que estou presenciando. Tanto que eu sai do banheiro pouco me importando com o projeto, me dirigindo ao meu quarto para me trancar e ficar ali, sentado detrás da porta abraçando meu próprio corpo para pensar, estava sem forças para raciocinar direito.

[...]

Levantei a cabeça no momento que o sinal deu o toque para o almoço. Aquilo me fez dar um breve suspiro e me levantar para encarar a realidade em minha volta. Com ele aqui ou não, teria de continuar a minha rotina, mas hoje eu não estava afim de encontra-lo de forma alguma, tanto que eu sai do meu dormitório para evitar de vê-lo, indo ao refeitório para pegar a minha refeição que era exclusiva para os vampiros, claro alguns saquinhos de sangue animal, e os guardei na bolsa começando a caminhar para longe daquela multidão barulhenta e procurar um bom lugar para evitar qualquer tipo de contato nessa porcaria. E assim, ao caminhar sem rumo pela Escola, olhei para o telhado, imaginando que fosse um bom lugar para não dar as caras. Olhei para os lados para me certificar que não teria nenhum segurança burro por perto, ótimo, não tinha ninguém. E sem perder tempo, comecei a flutuar até meus pés tocarem nas telhas, pois nessa parte o sol não incomodava, e aquilo era um alivio. E me sentei com cuidado para abrir minha mochila e ver os saco de animal. Mas por algum motivo, eu não estava com fome, tipo, não de sangue. Aquilo já me dava náuseas de me lembrar coisas que não queria e apenas suspirei, pegando um saquinho de Taiyakis e abrir eles para dar uma boa mordida neles. Isso não satisfazia a minha fome, porém eu costumava comer esse doce quando eu era um pivete para acalmar os nervos, e até que ajudava.

—.....O que devo fazer? — Murmurei, quando olhava para a paisagem da Escola com uma cara de bunda, mas esse desânimo não era comum vindo de minha parte. MERDA! Como eu posso ficar tão abalado só de vê-lo? Tenho de parar de choramingar e encarar a situação de frente, tanto que balancei a cabeça como se fosse preocupação boba minha, depositando outra mordida na mais pura raiva de mim mesmo. Estava decidido, eu teria de encontrar uma forma de separar de quarto, ou eu poderia viver no telhado pelo resto de minha vida que não fará diferença. Mas isso não pode me atrapalhar em meus planos, preciso descobrir os outros infelizes detrás daqueles infelizes, isso apenas me deixou mais alerta, eu não estava protegido de forma alguma, e muito menos com Von. Que ele estaria claramente com rancor pelo o que eu fiz-.....hã, rancor que ironia.....a única coisa que fiz foi tentar me proteger, aquilo foi o de menos comparado a ter quase sido morto pelos seus pais. Eu não deveria me culpar, tenho de seguir em frente.
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Mensagem por Von Neville Sáb Dez 28, 2019 2:09 am


Permanecia sentado do lado de fora, o rosto apoiado em ambas as mãos. Não tinha noção de quanto tempo ficou assim, apenas revivendo as memórias do passado e pensando no que deveria fazer… Só levantou a cabeça quando ouviu uma voz lhe chamar, um dos guardas. Nem ao menos tinha ouvido os passos se aproximar.
— O que você está fazendo aqui?? Matando aula é? — Von não respondeu nada, apenas se levantou e se permitiu ser arrastado pelo segurança para dentro da escola novamente. Teve que voltar para sala de aula e encarar a professora, tentou usar a desculpa de que como ela havia permitido que os alunos saíssem, ele interpretou de outra maneira, e por incrível que pareça funcionou.
Ele procurou os outros dois humanos, que provavelmente estavam o esperando, e quando os encontrou explicou a eles a situação, de forma bem rasa, não revelando nada.
Eles compreenderam e juntos, se uniram para implorar pra professora que fizessem o trabalho em outra data, ou que acabassem fazendo outra coisa para recuperar os pontos perdidos. Ela acabou aceitando, e com isso Von pôde ficar mais aliviado.
Mesmo assim decidiu ficar para assistir o resto das aulas, já que se fosse para o dormitório as chances de encontrar Natsume seriam bem grandes.
E com isso o tempo passou… Devagar, mas passou.

🌟Like a Star @ heaven🌟

O sinal para o intervalo finalmente havia tocado. Não estava com muita fome, mas decidiu pegar algo do mesmo jeito para não ficar com o estômago totalmente vazio.
Pegou uns sanduíches e começou a andar pelo refeitório, observando em sua volta. Não havia sinais daquele ser, então imaginou que ele ainda estaria no refeitório. Mas mesmo assim, lhe dava náuseas só de pensar em ficar naquele lugar, sentar em uma mesa e tentar parecer amigável como se ele estivesse bem. Resolveu sair do refeitório, e ficou pensando onde poderia comer em paz sem que ninguém viesse encher o saco.
Foi então que olhou para as escadas e teve uma ideia. Subiu todos aqueles degraus, até chegar no topo, onde havia uma porta que levava para o terraço. Abriu a porta lentamente, e com a cabeça baixa andou até uma das pontas do local.
Suspirou fundo e ficou encarando a parte exterior da escola dali de cima, tentando achar alguma coisa para se distrair, para não acabar pensando demais.
Foi então que jurou ter ouvido a voz de alguém, e quando olhou pra ver se levantou tão rápido que por pouco não caiu do telhado… mas seu sanduíche não sobreviveu, caindo de lá de cima.
Deveria estar alucinando ou algo assim, porque não é possível esse cara estar literalmente em todo o lugar em que ficava. Não soube o que fazer, ou melhor, ficou paralisado inabilitado de fazer alguma coisa. Ficou entre dar meia volta e sair, ou se jogar dali de cima para escapar dessa situação nada agradável.
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Mensagem por Natsume Umeki Sáb Dez 28, 2019 2:41 am

Eu estava tão distraído em meus próprios pensamentos, que eu não tinha percebido a presença de alguém se aproximar aos poucos. Aquilo ativou todos os meus instintos, me mantendo alerta, me preparando para qualquer pessoa que pudesse vir aqui e fazer alguma coisa. Era comum estar alerta a qualquer tipo de situação desde aquele dia, jamais eu poderia abaixar a guarda para qualquer um, apenas não sabia onde estava esse alguém-.....?
Me assustei na hora após me virar bruscamente e ver a figura de quem eu estava querendo evitar durante o dia todo. Arregalando os olhos na hora pela surpresa e confusão. U-urgh....o destino estava querendo me castigar de um jeito ou de outro, não é possível que sempre acabe me encontrando com ele onde quer que eu esteja. —.....Que desperdício. — Murmurei me virando para ver o sanduíche cair de lá que nem um tolete de bosta até o chão, e dei um breve suspiro, quando coçava a minha nuca tentando me acalmar naquele momento. Eu não o olhar nós olhos, não tinha coragem, toda vez que olho para ele, me lembro automaticamente de meus pais e isso é doloroso, frustante. — É inútil, vamos acabar nós encontrando de qualquer forma, do que adianta fugir agora? — Bufei, amassando o papel e me preparando para abrir um outro Taiyaki, mas logo parei na hora para dizer. — Faça como quiser, eu não tenho cabeça para fazer nada e nem discutir....apenas quero saber de algo. — Apertei o saquinho entre minhas mãos com força para controlar-me, e tentar exprimir minhas emoções ao máximo, porque estava confuso e perdido. Logo tive coragem finalmente parar encarar-lo mesmo depois de todos esses anos, não como aquele meu colega de quarto problemático e irritante, e sim como o antigo garoto que eu conhecia durante esses anos e de como ele mudou drasticamente. — Se tornou um caçador por acaso?....Eu não duvidaria depois do que aconteceu ou influência de seus pais, mas agora que estamos cara a cara, o que tem a me dizer? Essa é a sua chance. — Falei querendo o máximo de sinceridade, não mexendo nenhum músculo sequer. Sentia minhas mãos tremerem levemente, tentando as controlar, mas o olhava com firmeza. Quero saber se ele tem algo a comentar desde aquele incidente, ou de como foi a sensação de saber que seu ex-melhor amigo e sua família foi atacada pelas pessoas que ele ama e admira, ou melhor, estar envolvido e estar ciente desses detalhes.....deve ter sido divertido para ele não? Afinal....somos considerados monstros até o final, não importa o tanto que queira ver o lado bom das pessoas, elas não existem.

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Mensagem por Von Neville Sáb Dez 28, 2019 3:20 am

Antes que pudesse reagir e sair de lá, Natsume tomou a frente daquela situação. Era estranho, pois o fato de ele o encarar ao invés de fugir ou começar a gritar o deixava apavorado. Ainda não estava pronto pra essa situação, não queria ter que reviver assuntos que já estavam mortos.
Mas ele estava certo, de nada adiantaria ficar fugindo, ficar vivenciando uma situação constrangedora uma atrás da outra, e viver se sentindo desconfortável todo o momento… era melhor encarar a realidade logo e esclarecer algumas coisas.
Bom… foi o que achou, antes de ouvir a pergunta feita. Não conseguia acreditar que, mesmo ele aparentemente se lembrando de tudo, tinha coragem de pedir satisfações, sendo que ele que deveria dar satisfação, e não o contrário.
Respirou fundo, e tentou não deixar o ódio tomar conta de sua mente. Já era um adulto e tinha a capacidade de conversar sem parecer uma criança da quarta série.
— Eu não entendi. O que você exatamente quer que eu diga? Você tentou me matar, não se lembra? É você que deveria me dar uma explicação! — Não sabia de onde tirou forças para dizer essas palavras, mas… Aí estava. O que foi dito não pode ser apagado como uma simples mensagem de celular. Além do mais, agora que já tinha tirado isso do peito, ansiava por uma resposta, mesmo que tivesse medo dela.
O seu coração não parava de bater rapidamente, estava suando frio, e não tinha coragem de admitir para si mesmo que era medo.
Mesmo assim, seus olhos estavam fixos no ex-amigo, atento a cada palavra que o mesmo dizia e a cada expressão que ele fazia.



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Mensagem por Natsume Umeki Sáb Dez 28, 2019 3:41 am


Ainda bem que eu fiquei resistente e quis encarar essa situação de vez sem querer fugir, pois saberia que seria pior e não daria as contas agora. É agora ou nunca, não deixarei meus sentimentos intensos e descontrolados de quando eu era jovem tomar conta de mim agora. Teria de fazer um tremendo esforço para não explodir naquele instante, mesmo sendo impossível para ser honesto. Eu me pergunto onde estava aquela coragem do outro que tinha antes de saber quem eu era, por que parecia tão apavorado quanto estou? Isso não faz sentido, pois ele mesmo abriu uma ferida no meu peito que é difícil de se cicatrizar não importa quanto tempo passe, eu sempre irei relembrar o passado para não me esquecer o que fizeram com os meus pais.
Eu não sei porque, mas quando ele ia abrir a boca, eu sentia que meu coração iria sair do peito, porque no fundo eu não estava preparado para escutar a verdade vindo da boca dele, isso é uma tortura, uma cruel e nua que estou vivenciando. Porém escutar aquilo me fez arregalar os olhos incrédulo.....mas que merda é essa que estou escutando?
—......Você está tirando com a minha cara agora é isso? Não me faça de idiota! — Me levantei na hora claramente expondo a minha expressão de raiva e sentindo o coração palpitar rapidamente de puro nervosismo, não era esse tipo de resposta que eu estava esperando. Por que ele fica fugindo do real foco da conversa como se fosse nada demais? Está se fazendo de quem não sabe nada é isto? — Como tem coragem de me olhar dessa forma e fingir o que fizeram comigo foi nada demais? Você sabe perfeitamente o que fez! Você e toda a sua família estragaram a minha vida. E ACHA O QUE EU FIZ FOI POUCO, É CARALHO? — Retirei tudo que eu tinha guardado no peito, sentindo meus olhos ficarem vermelhos vividos por causa da raiva e da dor explicita, apertando meu punho com força ao ponto de ferir a minha própria mão. Afrouxei a mesma no mesmo instante que tentava me acalmar, mas era impossível, a cada respiração sentia que meu peito se rasgava, aquilo sufocava carregar todos esses anos na minha frente, e ele agir como se nada tivesse acontecido. — Eu....eu confiei em você sabia? Tudo isso que fizeram era por ser a porcaria de um vampiro? Ah, não, melhor: A famosa aberração! Para vocês nós monstros não passamos de apenas pedaços de lixos que não merecem ter ser suas vidas poupadas! — Meus olhos ardiam na hora, eu estava ansioso, apavorado, tantos sentimentos incontroláveis que eu não sabia como me mantinha em pé, sentia que desabaria a qualquer instante.
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Mensagem por Von Neville Sáb Dez 28, 2019 4:42 am

Toda a sua ansiedade para receber uma resposta haviam evaporado naquele instante, dando espaço para arrependimento e confusão com tudo aquilo que ouviu. Não conseguia entender, sinceramente, mas… o seu tom de voz, sua cara e o jeito como estava agindo não pareciam ser atuação. Talvez fosse só lábia de vampiro, mas não conseguia imaginar que fosse isso, acreditava que ele estava sendo sincero.
Não sabia o que dizer, pois realmente não tinha uma resposta para as indignações do outro. Mas ainda podia dizer tudo o que sabia.
— Eu realmente não sei do que você está falando. O que fizeram contigo para você ficar assim? — Sabia que aquelas perguntas provavelmente o deixariam com mais raiva ainda, mas estava tentando entender que raios estava acontecendo. Mesmo acreditando que Natsume estava sendo sincero, não podia descartar a possibilidade de aquilo ser só um jogo dele, o manipulando para fazer acreditar que quem era o vilão dessa história era Von.

Virou a cabeça pro outro lado, fechando os olhos e apertando os seus punhos com força. Não tinha mais forças para encará-lo, e ainda estava tentando encontrar forças pra dizer tudo o que queria dizer e ainda o que guardou no seu coração por tanto tempo.
Ficou de olhos fechados até recuperar um pouco de sua coragem, e ainda sem encará-lo, começou a falar:
— Respondendo a sua primeira pergunta… Sim, eu me tornei um caçador. Me tornei caçador para proteger pessoas inocentes que morrem brutalmente assassinadas nas mãos de monstros. — Ao falar isso, Von voltou a encará-lo, ainda tremendo e prestes a perder o controle de suas emoções… Mas dessa vez isso não o impediu de continuar falando.
— E eu odeio ser caçador! Você acha que é divertido?! Que é uma coisa que eu queria pra minha vida? Correr risco de vida todos os dias, não poder se relacionar com ninguém e ver toda a semana alguém que você admira morrer!
Você… Você está errado! São vocês que nos veem como parasitas, simples insetos que devem ser esmagados. —[/b] Deu uma pausa para recuperar seu fôlego. Seu peito parecia que ia explodir a qualquer momento, e sua visão até ficou turva por alguns segundos. Mas ainda tinha algumas coisas que queria jogar na mesa.
— Você não parece entender o conceito de um caçador. Nós temos um código de honra, não saímos caçando monstros para pendurar a cabeça deles na sala de estar. Nós caçamos para PROTEGER as pessoas, visitamos lugares por todo país onde tem gente morrendo de causas anormais, e caçamos essa causa. Você tem algum parente que estava fora da barreira matando os outros por aí? Porque se for esse o caso, sinto muito, mas jamais deixaríamos uma criatura que mata deliberadamente à solta por aí.
Mas se não for esse o caso, desculpe ser o portador dessa notícia, mas um caçador nunca… em nenhuma circunstância atravessaria aquela barreira. Isso faz parte do nosso código de honra, nós nunca quebramos ele. —
Após dizer tudo aquilo, agora sim estava tomado pelo seu ódio, apesar de ainda estar confuso. Percebeu que tinha se aproximado um pouco de Natsume enquanto fazia seu discurso, e assim que percebeu a curta distância se virou rapidamente para o outro lado, se afastando dele. Não sabia como teve a coragem de dizer um monte de coisas e ainda continuar ali, o encarando. Queria manter uma pose de durão, mas o outro provavelmente sabia que na verdade estava apavorado. Ele não era tão convincente assim.
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Mensagem por Natsume Umeki Sáb Dez 28, 2019 5:56 am


Olhei para o moreno não sabendo exatamente que sentir naquele instante. Raiva? Confusão? O que era correto nessa porcaria? Por dentro eu estava desejando com todas as minhas forças de que ele estivesse mentindo. Que era apenas lábia sua para fingir não carregar a culpa de seus atos. Não é assim que os humanos são? Eles mentem por natureza e sempre será assim, não consigo mais acreditar em honestidade vindo da parte deles.
A única coisa que fiz foi o olhar com frieza, como se aquela pergunta fosse estúpida o suficiente para isso. Apenas apertei meu punho com força, tentando acalmar os batimentos loucos e incontáveis:
—.....Quer que refresque a sua memória então? Seus pais e seu bando estavam me perseguindo com o intuito de me matar. Se não fossem pelos meus pais....eu.... — Parei na hora não querendo prosseguir com o restante da frase, como se a voz tivesse falho na hora. Sabia perfeitamente onde eu queria chegar. Tanto que abaixei a cabeça para não encarar-lo mais, aquilo era insuportável que não tinha forças. Não precisava de uma batalha para chegar a estar derrotado como estou nesse instante. E respirei fundo para dizer: — Jamais machucaria alguém sem motivos. Como eu poderia confiar em ti que logo esteve envolvido com aqueles que mataram tudo o que eu tinha? Eu estava desesperado, quem me garantiria que você não faria o mesmo comigo. Acha mesmo que eu acreditaria em alguém assim? — Justifiquei minhas ações detrás daquele incidente. Ver o rosto do meu ex-amigo depois da perseguição, sorrindo como se tivesse sido nada demais. Não foi fácil de se lidar, me sentia traído o suficiente, não como se eu quisesse ferir-lo de verdade. Estava tão desesperado naquela época, que não busquei outro método de me defender como esse. Eu queria apaga-ló da memória de tudo que era jeito.

Levantei o olhar por breves segundos ao encarar o Von-.....por que ele estava com essa expressão de dor e sem coragem de me encarar? Que tipo de truque barato ele estava lançando por cima de mim? Eu não o entendo. Tanto que, permaneci quieto, com uma expressão de confusão e perplexidade diante suas palavras, suspeitava desde início que se tornaria um caçador, e que faria esse tipo de coisas o conhecendo bem. Proteger.....monstros, por que não estou conseguindo engolir essas palavras? Isso me custa tanto que se prende dentro da garganta. Eu nunca o vi dessa maneira antes, ver ele explodir e demonstrar honestidade. Aquilo me deixava tão perdido e sem chão.
— Eu não consigo acreditar no que diz. Se isso é verdade, o que fiz para cometerem esse ato cruel? Quem é o monstro no final dessa história?.....Tsc.....para de falar merda, se eu lhe achasse um parasita, POR ACASO EU TERIA SIDO SEU AMIGO? ERA ASSIM QUE ME ENXERGAVA? — Passei a mão na camisa para apertar com força ao sentir a garganta ficar seca e tentar recuperar o fôlego no meio de tantos gritos, tantos desabafos sendo arrancados dessa raiz profunda de tantas dores guardadas durante esses anos.

Aquilo não parecia ter fim por mais que eu quisesse. Só aumentava o meu ódio e os nervos faziam meu coração bater tão forte que doía com essa porcaria de código de honra de caçadores. Que vá para o inferno ele e essa maldita regra de uma vez por todas! Estou farto de ficar batendo na mesma tecla e escutar esses argumentos. Tanto que não aguentei e andei até em sua direção para lhe segurar em seus ombros. Expressado minha cara enraivecida naquele instante, ele me encarando dessa maneira me fazia arrancar os sentimentos mais profundos dentro de mim.
— CHEGA! Eu não quero mais saber disso, não quero saber dessas palavras vazias para querer me fazer mudar de opinião e desse código cheio de farsas! Eu não estava na barreira naquele dia para te encontrar, se não fosse pela minha estupidez meus pais estariam vivos, eles se sacrificaram por minha causa. Sempre acreditando que os humanos são pessoas boas, isso não passa de uma mentira. E-eu não sei mais quem acreditar nessa porcaria, cansei dessa merda toda.....eu odeio todos vocês....eu odeio, odeio.... — Falei com a voz ficando trêmula a cada vez que eu tentava falar, mas aquilo me fazia afrouxar as mãos e abaixar a cabeça por vergonha de demonstrar minha face, queria manter a postura. Quem armou essa merda então se não foi ele? Eram tantas coisas a engolir, que não aguentei e deixei as lágrimas de raiva, tristeza e confusão escorrerem de forma violenta pelo meu rosto, desabafando naquele instante.  
Não havia argumentos para contrabater, nem voz para falar, não havia ódio e vingança acumulados agora, e sim apenas a verdadeira face de um vampiro que viveu durante esses anos sem o afeto dos pais, crescido no meio de mentiras e perigos constantes. Perdeu um querido amigo por uma porcaria que nem sei como saberia quem armou tudo aquilo, meus tios estavam equivocados? Como era possível? Nada estava fazendo sentido, meus esforços estão sendo abalados totalmente. Mas eu não quis pensar nisso, apenas queria tirar tudo para fora, não me importo o que poderia acontecer depois.
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Mensagem por Von Neville Dom Dez 29, 2019 12:05 am

Tentou processar todas aquelas informações em sua mente.
Muitas coisas foram ditas e explicadas a ele quando era apenas uma criança e na medida que foi crescendo.
E, mesmo que algumas dessas coisas fossem complicadas e pesadas para se dizer a uma criança, ele ainda conseguia compreender.
E de tudo que conseguiu compreender naquela época, a principal coisa que tirou disso tudo foi o código de ética de sua família, que envolvia empatia principalmente.
Não conseguia imaginar seus pais fazendo uma coisa dessas sem um motivo.
Na verdade, com ou sem motivo, pois colocado daquela maneira pelo Natsume, não parecia haver justificativa de maneira nenhuma, não importa o quanto pensasse em motivos razoáveis para isso.
Mas botava a mão no fogo pelos seus pais, então mesmo que fosse difícil, ainda acreditava neles, e ia continuar acreditando até o fim, mesmo que Natsume estivesse falando a verdade, mesmo que fossem realmente os seus pais assassinos dos pais de seu ex-amigo, que eles fossem os vilões daquela história, iria compreender e ficar do lado deles.
Afinal, pai e mãe é família, os únicos que acompanharam cada passo que ele já deu, e os únicos com quem sempre pôde contar. E o Natsume era só… Um amigo de infância que o machucou e esteve ausente todos esses anos de sua vida. Não iria fazer diferença ter ou não a amizade dele agora.
...Mas porque o seu peito doía tanto quando pensava sobre isso?

Não conseguia pensar em nada para dizer. Todas as suas energias haviam se esgotado tentando se justificar, e que logo depois de alguns segundos nem parecia ser um discurso tão convincente assim. Mas era no que ele acreditava, sua vida inteira girava em torno dessas coisas que dissera, não poderia deixar aquilo tudo desabar por um reencontro que jamais deveria ter acontecido. Só queria voltar para sua família e, de algum jeito apagar todas as suas memórias relacionadas aquele cara.

Quando Natsume tocou em seus ombros, foi o seu limite, o fazendo o empurrá-lo para longe e, como consequência dando um passos para trás. Conseguiu frear seus pés bem na ponta do telhado, mas quando olhou para o chão, sentiu um frio na espinha o fazendo se agachar e se afastar com cuidado de lá.
— Sim, chega. Eu não vou mais discutir com você, é inútil. Se você não vai acreditar em mim, eu também não vou acreditar em você. Onde vamos chegar com isso? —
Foram suas últimas palavras antes de sair correndo dali. Não conseguiria ouvir mais nenhuma palavra do outro, e encarar o seu rosto choroso foi a gota d’água para si, que no momento em que virou as costas também desabou.
Mas continuava andando, sem olhar pra trás, enquanto teimosamente tentava limpar suas lágrimas. Não queria que ninguém o visse daquele jeito.
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