Re: RPG - INÍCIO

por Natsume Umeki Sex Fev 07, 2020 5:54 am

A cada movimento sentia que um pedaço de minha dignidade estava indo para o ralo por causa dessa porcaria. Se não fosse pelo o Yuto eu já teria desistido desde o início e ter feito as minhas coisas tranquilamente e não passar por um sufoco como aqueles. Posso ter frequentado esse tipo de festas mas nunca fazer parte totalmente desse tipo.
— Estou apenas varrendo o chão com as pernas..... É claro que é tentar nessa porcaria! — Respondi claramente nervoso por tudo estar indo por água abaixo. Nem o vídeo ou meus riscos eram de ajuda nesse momento em que mais precisava. A medida que tentava aprender ficava mais perdido como um cego em oculista.
Porém, fui pego de surpresa parando no que estava fazendo para ser puxado pelo moreno para perto de si. Era como se tivesse congelado sem esperar por essa, mesmo com essa distância considerável era possível que eu cairia duro no chão agora se pudesse. — Hã, falou o senhor sabe tudo. — Franzi um cenho, quando o encarava também. Agora que estávamos assim não tinha como desfazer, odiava admitir mas Von estava certo nisso. Não aprenderia essa merda nem que demorasse anos se fizesse sozinho. Acho que era melhor compartilhar essa vergonha alheia com alguém. Por mais que meu corpo estivesse inquieto.

— Me conduzir? Apenas se for para a nossa doce humilhação. — Revirei o olhar diante essa confiança que ele tirou do além, imaginado....não, tendo certeza que ele acabaria por errar todos os passos e me pisar quantas vezes fossem possíveis. Só que acabei por pensar melhor e decidir tentar, e suspirei fundo, decidindo criar coragem para me aproximar mais perto para apoiar minha mão sobre seu ombro e a outra na sua mão para ajusta-lo, esperando que ele faça a mesma coisa.
— Estarei confiando em você então. — Disse baixo devido a curta distância que era possível de se ouvir de todos os modos. Logo que a música retornou automaticamente para o replay, mantive o olhar para a tela por breves segundos vendo como teria de ser o primeiro passo quando aquele casal que tem mais cara de burgueses franceses explicavam. Apenas engoli o seco, tentando me preparar mentalmente para fazer o primeiro movimento com as pernas, era algo mais fraco e tímido levando em consideração nunca ter dançando com alguém assim. Olhava para nossos pés de vez enquanto, vendo que as vezes eu pisava sem querer e mordia levemente o lábio me xingando por não saber por onde não andava tentando ao máximo evitar ou não escorregar, me segurando firmemente no outro como se depende-se disso como se fosse uma boneca de porcelana que pudesse quebrar a qualquer segundo. O nervosismo de temer me sair mal na frente dele era maior, do que qualquer coisa.
—....Pfft...vendo nosso estado, se tivesse uma competição de piores dançarinos. Acha que podemos vencer dessa vez? — Ri baixinho perto de seu rosto, tendo de admitir que era cômico e bastante tosco com nossa situação atual tinha se formado, pelo menos estar perto de si o segurando me deixava estranhamente mais calmo, esquecendo o motivo de tantos nervos. Aliás, o que se era possível fazer agora nessas circunstâncias? — Ok senhor condutor, mostre-me o que pode fazer. — Decidi perguntar para ver se ele pudesse me ajudar nessa também porque era o que mais precisava nesse momento.

por Von Neville Sáb Fev 08, 2020 11:42 pm

— Fala sério… Tenha um pouco de confiança em mim. — Disse em resposta à os comentários provocativos do outro, enquanto o encarava com uma expressão emburrada.
Von parecia emanar confiança naquela posição, mas é claro que esse não era o caso, e por isso pedia em voz alta por essa tal confiança… E talvez, estivesse pedindo mais para si mesmo do que para o vampiro em sua frente.
Mas quando ele se aproximou invadindo sua zona de conforto, foi o suficiente para quebrar sua máscara e revelar que estava tão nervoso quanto o outro, se afastando minimamente e quase caindo, por tropeçar no próprio pé.
Porém, pelo seu orgulho, não queria desistir bem ali na frente de Natsume, então após se recuperar um pouco, voltou à se aproximar, permitindo que o albino apoiasse a mão em seu ombro e ajustasse a outra na sua.

No começo, é claro que foi difícil. Não sabia por onde pisar, e também não sabia se olhava para a tela do celular, para Natsume, ou para os próprios pés. Além de estar duro como uma rocha, o que também não ajudava muito.
As vezes que sentiu seu próprio pé ser pisado junto com as vezes que pisou no pé do outro eram incontáveis, mas sua concentração era tanta no que estava tentando fazer, que acabou por nem prestar atenção demais nesse detalhe.

Tudo o que sabia é aquilo estava péssimo, muito longe de ser um dança de valsa. Até mesmo Natsume estava reconhecendo isso.
Não pôde deixar de rir um pouco com aquele comentário, porque afinal, era só o que poderia fazer em sua situação atual; rir da própria desgraça.
Mas de certa forma, ouvir aquilo o acalmou um pouco, fazendo seus ombros que antes estavam tensos relaxarem.
Por que estava tão nervoso, afinal? Não tinha motivos para se sentir assim… Além de que, se é capaz de arriscar a própria vida lutando com o sobrenatural e com certos traidores, também era capaz de conduzir alguém em uma dança.

Ele parou por breves segundos, soltando-se de Natsume e indo até o celular, voltando todo o vídeo até o começo para poder ver melhor o que deveria fazer. E aproveitou a oportunidade e viu um artigo no wikihow, para poder ter a certeza de que realmente estava tudo certo.
Logo após isso, ele voltou a ficar de frente de Natsume, voltando à posicionar suas mãos, da maneira correta dessa vez.
E agora com uma pequena chama verdadeira de confiança em seus olhos, ele encarou o albino sem se sentir tão nervoso ou desviar o olhar.
— Não, eu só aceito ganhar um prêmio se for do melhor. — Afirmou, com um pequeno sorriso no rosto.
— Você tem que alinhar seus pés com o meus, e… Não é pra encarar seus próprios sapatos, é pra me encarar, entendeu? — Ele disse, com uma expressão séria enquanto se alinhava e o ajudava a fazer o mesmo.
E já na posição, esperou a música dar o replay automático novamente para poder começar.

Seus movimentos estavam mais confiantes do que antes, talvez pelo fato de que estava mais relaxado e porque desta vez se dedicou a aprender o mínimo do mínimo sobre tudo aquilo.
E, claro, não estavam perfeitos, mas com certeza estavam se saindo muito melhor do que antes, o que já era um grande avanço.

por Natsume Umeki Dom Fev 09, 2020 12:27 am

Apenas dei de ombros, com uma expressão inocente no rosto para fingir que não sabia o que estava acontecendo. No entanto, eu não imaginava que Von estivesse tão nervoso ao ponto de se atrapalhar todo e se afastar de vez. Aquilo tanto que ativou meus instintos, e suspirei fundo: — Agora eu peço que confie em mim... — Disse, quando estava mais tenso ainda, quando pudesse me posicionar bem. Por mais que no começo seja difícil e tenha de lidar meu pé sendo pisoteado igual a uma uva sem dó ou piedade, também não estava conseguindo ajudar o moreno em nada. Desde quando se dançar se tornou algo tão difícil? Pelo menos, aproveitando um pouco dessa nossa desgraça não era tão ruim assim, tanto que Von parecia mais relaxado. O que me fez esquecer o motivo de tanta preocupação atoa.

Porém, aquela pausa foi necessária para massagear meus ombros. E ter tempo de me preparar, tanto que retirei o meu casaco para facilitar os movimentos e deixar somente a regata o que me deixava mais leve, jogando o pano em qualquer canto da sala. E prender meus cabelos que ficavam na cara com algumas presilhas. Logo parei quando vi o moreno se aproximar, mas com uma diferença em sua aura diferente de antes. Vendo que ele parecia mesmo concentrado, a maneira de como nós posicionou e me encarava sem desviar o olhar nenhum momento sequer, era inevitável não me sentir mais calmo e confiante também de que tudo daria certo.
— Ótimo, se for assim... — Apertei um pouco suas mãos, me mantendo na postura adequada. — Irei prestar atenção em cada detalhe que fizer, e digo o mesmo de você sobre minha pessoa. — O encarei com a mesma intensidade de como levaria ele ao sério agora, estando desta vez alinhado da melhor forma. E assim esperei pelo replay para iniciar de vez com a dança e fazer melhor do que aquele desastre anterior.
Acredito que já seja um grande avanço, deixe-me ser conduzido não tendo medo de cair ou algo parecido. Meus movimentos não se comparavam em serem tão delicados e harmoniosos como daquela mulher do vídeo, mas para a primeira vez estava conseguindo capturar aos poucos os seus passos como uma memória boa fotográfica que tenho. E durante voltas, e vários giros por várias e várias vezes por um determinado tempo. Finalmente paramos quando a música já teve o seu milésimo fim. — O-ok....acho que isso é o suficiente... — Comentei meio ofegante, quando olhava para o moreno por breves segundos dando um sorriso de canto como se fosse um sinal de que não passaríamos vergonha na hora.
— Nada mal senhor condutor, acho que podemos humilhar os pirralhos com isso. — Disse, quando me afastava do moreno para fazer uma leve reverência igual das damas quando terminam uma dança de despedida, quando me controlava para não rir dessa imitação. Sendo que não era um bicho de sete-cabeças. Acho que dava para sobreviver depois dessa, e andei para um canto da sala de música para pegar uma das máquinas que vendiam refrescos e nele tinham picolés de diferentes sabores. Era isso que precisava. Tanto que peguei dois, um de sabor chiclete e o outro de menta. E me aproximar do moreno, para encostar na brincadeira o pacote de picolé na nuca do outro por estar gelado demais. — Tome. — Franzi uma celha, quando entregava para o outro. E assim me sentar no chão para abrir o meu, e começar a provar o que era bom porque refrescava um pouco no meio de tanto calor, e suspirei de alivio. Caralho, finalmente algo bom e doce nesse momento. — Aliás, o que vai ter nessa festa de tão interessante? Eu duvido muito que tenha algo infantil, eu imagino que tenha mais garçons oferecendo bebida e falando: "Oh madame, permita-me lhe servir esse champanhe com nome desconhecido", e tendo aquela senhora burguesa para responder: "Ah, mas não precisa, quanta gentileza sua. Pois na minha casa eu tenho milhares dessa marca porque eu sou uma burguesa safada e que limpa a boca com notas verdinhas hohoho!" — Comentei imitando voz uma voz tosca de burguesa como se eu já não fosse o suficiente, na pura ironia. Claro que não vai ser bem assim, tanto que vai ter tantas coisas para se lidar lá, acho que no minimo devemos estar preparados para tudo.

por Von Neville Dom Fev 09, 2020 2:06 am

Assentiu em resposta à suas palavras, e, como o prometido, não desviou a atenção do que estava fazendo e muito menos dele, mantendo total concentração em seus passos.
Felizmente tudo ocorreu bem até o final, sem ninguém morrer no processo. Pelo menos daria para enganar um pouco aqueles burgueses com o que aprenderam ali.

Quando terminou, sentiu o alívio percorrer pelo seu corpo, junto com uma sensação de missão cumprida.
— S-Sim, já tá bom até demais. — Disse meio ofegante também, alcançando uma toalha para poder se limpar, e em seguida sentando-se no chão para poder descansar um pouco.
Passou a toalha em sua nuca, enquanto pensava sobre essa tal de festa.
Só de lembrar o principal motivo de irem, o fazia ter arrepios… A hora de enfrentar aqueles desgraçados dos tios se aproximava cada vez mais, podia sentir isso.
Agora sabia como Natsume se sentiu ao ter que encontrar com seus pais, mesmo que no final eles não eram culpados de nada.

Foi tirado de seus devaneios quando sentiu algo gelado em seu pescoço, o fazendo se virar no impulso para tentar se defender, mas fez uma cara de “ah, é você” quando viu que era Natsume com suas gracinhas.
Aceitou o picolé e o abriu, guardando a embalagem no bolso da calça e começando a comê-lo. no mesmo momento em que o outro comia o dele.
Ficou por alguns instantes apenas ouvindo Natsume falar, enquanto o encarava com o canto do olho e observava ele fazer aquela imitação tosca.
— Você imita bem um burguês… Por que será né? — Disse o provocando, olhando para o outro lado para disfarçar a risada.
— Eu acho que vai ser tipo…. Vai ter um grande salão. E os convidados estarão sentados em seus lugares esperando o aniversariante chegar, e quando ele chega, tem um grande tapete vermelho à sua espera, e ele entra no salão acompanhado do próprio pai até o-- — Cortou sua fala ao meio, como se tivesse acabado de realizar sobre o que estava falando, fazendo seu cérebro bugar por alguns segundos.
— Não, espera… Isso é casamento. — Disse, com uma expressão pensativa tentando imaginar esse tipo de situação, mas logo deu de ombros como se nada tivesse acontecido.

— Enfim… Vamos? — Perguntou enquanto já se levantava, nem percebendo que chamou Natsume para vir junto por puro costume. Pois se estavam na escola, não seria necessário ficarem andando juntos que nem chiclete.
Ainda tinham o resto do fim de semana livre, mas se dependesse de si, se jogaria na cama e não sairia de lá até que o obrigassem.

por Natsume Umeki Dom Fev 09, 2020 3:03 am

E enquanto fui pegar as coisas, pude perceber que Von estava perdido no seu mundo até acorda-lo dele. Bem, pelo menos ele tinha ótimos reflexos, espero que use ao seu favor quando for no momento de dar as caras com esses desgraçados. Só te pensar que o momento estaria perto de acha-los, não me causava sentimentos muito bons para se engolir. Como deveria realmente agir? Não tinha ideia, todas essas dúvidas vão se esclarecer pela frente. No entanto fui retirado de meus pensamentos ao escutar aquele comentário do outro sobre minha imitação. — Ah vai se ferrar, não exagera. — Cutuquei de leve seu ombro com meu braço, franzindo o cenho. Mas a forma que Von descrevia a festa de aniversário e até eu acabei por me bugar por completo. Que porra? Não como se fosse ser muito diferente, apenas acabou por se confundir em alguns detalhes. — Quase isso, não vai ser muito diferente. Tirando os acompanhamento e o padre. — Comentei quando cruzava os braços me lembrando de algo: — Porém, as festas de casamentos no mundo das criaturas é meio diferente daqui. Usam mais o ar livre, alguns lugares específicos que contém a participação de seres de luz e que são feito como tradição para juntar duas almas interligadas pelo destino, nunca fui em um mas imagino que seja bonito. — Comentei, apenas tendo mais noção pela descrição de meus pais, mas acho que somente esse tipo de coisas acontece mais em livros do que na própria realidade. Porém, fui chamado por Von, e ergui a celha um pouco confuso. Bem...acho que estamos acostumados a andar sempre juntos agora? Pelo visto se transformou em um costume até longe do perigo. Porém, questionar sobre apenas me levantei para pegar minhas coisas e esperando pelo moreno. Pois temos muita coisa a enfrentar nessa semana e espero que seja breve.

O dia do aniversário acabou por chegar. E vendo pelo lado da janela de fora do banheiro, imaginava que não custaria muito tempo para a festa começar. Estava em uma pilha de ansiedade por vários fatores. Não sei porque diabos eu passei quase o dia todo me arrumando, talvez para não aparentar como um mendigo habitual que sou na festa do Yuto, ou se ficava nervoso por causa desse jornalista que teria de me encontrar. Mas de uma coisa eu tinha certeza....— Você vai ficar longe daquela rã nojenta me entendeu? — Fuzilei a Cherno com o olhar, sendo que ela estava na casinha apenas me observando. Sim, me custou um tempo para descobrir sobre essa porcaria de outra rã que o moreno nem tinha me dito. Ainda faço grelhado daquele animal, um já é ruim, e dois é demais. No entanto, suspirei terminando de passar a colonia por onde podia e como já estava vestido com o traje para o evento não me faltava mais nada. Logo sai de vez do banheiro, para ver como Von estaria. — Você está pronto? — Perguntei, quando me aproximava dele já o vendo todo vestido. O que me fez arregalar os olhos de surpresa, vendo como estava diferente, mesmo que já tenha o visto antes desse jeito. Acho que não seria difícil de identifica-lo como alguém de classe o julgando pela postura e a vestimenta que se encaixava como uma luva na medida certa, apesar dos traços sérios, ele tem um rosto belo e bem composto.
Porém, pisquei os olhos por perceber que estava o encarando demais. Saindo de vez daquele mundo das fantasias, fazendo engolir o seco na hora. Seu imbecil....desde quando que fica reparando tanto assim em detalhes? —....Acho que a gravata é o seu pior inimigo mortal. — Decidi finalmente me pronunciar, ao me aproximar do mais alto para pedir licença e para arrumar a gravata do outro novamente, repetindo o mesmo processo de anteriormente, visto que estaria com dificuldades óbvias. — Consegue dessa vez aprender?.....Bem, terminei. — Conclui o olhando por breves segundos e logo me afastando para conferir se os presentes estavam em seus respectivos lugares e pegar meu celular para conferir as horas e que dava temo para ir, ótimo. Logo me virei para o Von para ter confirmação: — Está pronto? — Perguntei, quando ajustava as mangas do meu casaco esperando-o assim podemos ir embora de vez. É logo hoje não? Espero que tudo ocorra bem e que desta vez não possa haver erros.

por Von Neville Dom Fev 09, 2020 4:45 am

Escutou com atenção a descrição que Natsume fazia do casamento das criaturas, tentando imaginar em sua mente como seria. Mas por mais que soubesse que nada era impossível, aquela ideia de seres de luz juntando dois seres destinados um ao outro soava totalmente sem cabimento em sua opinião.
Mas claro, cada pessoa tinha suas próprias crenças, e não se via no direito de julgá-las, portanto decidiu por não falar nada a respeito.
E finalmente pôde voltar ao seu dormitório, dando uma checada em sua rã antes de se jogar na cama e descansar um pouco.
“Descansar” entre aspas, pois sempre que fechava os olhos imagens horríveis vinham em sua mente, dificultando mais ainda de pegar no sono. Tentou ignorar aqueles pensamentos intrusivos, e descansou o máximo que pôde para se preparar para tudo que ainda estava prestes a acontecer.

E então… Aquele dia finalmente chegou.
Von foi até as suas coisas, tirando de lá o terno que Natsume comprou pra si.
Encarou o tecido em suas mãos por breves momentos, suspirando fundo em relação aquela festa. Uma ansiedade estranha tomava conta de seu corpo enquanto se arrumava, pois era a primeira vez que ia em um evento assim, tão fora de seus padrões. E ainda tinha a questão da dança, desse tal jornalista que o outro mencionou… Era muita informação para processar.

Ao terminar de se arrumar, ficou faltando uma única coisa, claro; a maldita gravata. Tentou colocá-la por conta própria, tentando imitar os únicos movimentos que se lembrava de Natsume ter feito antes, mas só acabou por se enrolar todo.
Até que o menor saiu do banheiro já todo produzido, o que o fez parar com o que estava fazendo para encará-lo.
E, tinha de admitir, aquela roupa combinava muito bem com o outro... mas ainda assim era estranho vê-lo vestido assim, já que estava acostumado a vê-lo com um estilo mais rebelde ou meio desleixado.

Quando ele se aproximou para ajudá-lo com a gravata, virou o rosto em constrangimento, tendo que admitir a derrota diante daquele pedaço de tecido.
— Bem… Não é como se eu fosse usar isso sempre, então não, não aprendi. — Disse, já que novamente deixou de prestar atenção… Mas um dia aprenderia… Ou não, quem sabe?

Deu uma última olhada no espelho, ajeitando com a mão os fios de seus cabelo, antes de pegar um dos pacotes de presente e se virar para Natsume.
— Vamos. — E no caminho, ainda teria que se preparar mentalmente para ter que lidar com aqueles pirralhos abusados de novo… Ainda tinha mais essa.

por Natsume Umeki Dom Fev 09, 2020 5:29 am

Revirei o olhar a respeito da gravata. Não tem jeito para isso não? Pelo menos o Mister orgulhoso aceitou a derrota dessa vez.
— E imagina quando casar... — Murmurei mais para mim mesmo quando fazia o mesmo procedimento até ficar bom. Se bem que seria engraçado ver o Von no altar todo desleixado por causa da vestimenta e a noiva tendo de parar tudo para arrumar e dar broncas, o que era engraçado caso ocorrrer. — Ok, lá vamos nós de novo. — Peguei uma das sacolas de presentes para abandonar o quarto e pegar um transporte que pudesse nós levar ao outro lado da barreira. Pelo visto continuariamos a enfrentar essa rotina ocorrida, não tendo nenhum momento de paz nem que seja por alguns segundos.
E assim que atravessamos o outro lado, sentia um nervosismo inexplicável seja por estar no mesmo mundo que aqueles cretinos. Tinha de ser cauteloso nesses momentos e nunca abaixar a guarda para nada. E não custou muito para descer do transporte e já estar presente no local do aniversário o que custou um pouco para percorrer tudo aquilo visto pelo caminho. Mas por sorte, chegamos na entrada do salão de eventos que ficava ao ar livre e estávamos na fila na espera de ser chamados.
—....É, chegamos. — Pisquei os olhos quando olhava meu redor, na qual tinha muitas luzes e uma decoração bastante elegante. Tudo sendo ao ar livre, e as pessoas no nosso redor também estavam bem vestidas carregando os presentes de ouro, se chiar pode encontrar até um berço no meio. Porém, quando foi a nossa vez eu tive de mostrar os convites comi se fosse uma festa VIP, até permitirem a nossa entrada e dar de cara com a decoração toda, como a pista de dança, música e tudo que era necessário e equipado. Caralho...isso estava longe de ser uma festa de aniversário de criança, o que é bastante peculiar.
"— Natsu, Von! Vocês chegaram eu sabia desde o início!!!! —" E quem era? Claramente o Yuto acenando para a gente e correndo em nossa direção, e como esperado, estando acompanhado de Iori.

—.....Hm, e ai pirralhos. Aqui está seu presente, parabéns. — Disse quando esticava a sacola na direção do aniversariante. E ele abriu um sorriso enorme quando pegou nossos presentes e fez uma cara enorme de surpresa: "— NÃO BRINCA!!!! IORI, OLHA OLHA! É A ÚLTIMA EDIÇÃO DOS CARRINHOS JUNTO A PISTA DE HOT WHEELS!!! MANEIRO, VALEU VON E NATSU!!! — " Disse o garoto lobo, quando ria e segurava o presente como se fosse seu precioso baú de tesouros. Mas apenas sorri de lado satisfeito que ele tenha gostado. " — Ah! Que falta de educação minha. Venham, irei guia-los para vossa mesa. Como um garoto suuuper educado que sou —", falou quando dava uma piscadinha quando andava na frente para nós guiar:
— Tá, não se ache. Você está longe disso. — Revirei o olhar, quando fomos levado até uma mesa que era bastante decorativa e pelo visto um pouco distante dos demais. O que agradecia por isso. E desse modo me acomodei no assento, analisando o meu redor mais uma vez.
"— Prontinho! Aproveitem a festa, que eu e Iori vamos inaugurar os presentes antes dos parabéns. Se comportem ~ — ", acenou alegremente quando saia de lá com um sorrisinho típico dele ao lado do amigo, como se a gente fosse ter cinco anos de idade para não saber se comportar....sei. Porém, pude finalmente ter algum respiro, quando olhava para o moreno depois. — É esse tipo de situação que lido frequentemente como podes ver. — Comentei quando cruzava os braços e erguia a celha ao conseguir identificar de longe a figura do jornalista. Que estava rodeado de amigos junto com a mãe de Yuto conversando alegremente. Não tinha como me enganar, era ele mesmo. — Ele está aqui. — Alertei para o Von, sem retirar meu foco do jornalista. Então sabemos que ele não sairia tão cedo assim. Ótimo.

por Von Neville Ter Fev 11, 2020 12:52 am

Quando já estava 100% pronto, apenas acompanhou Natsume até o veículo que iria os levar até a festa.
E atravessar a barreira não estava sendo uma preocupação para si como da última vez, visto que decidiu parar com as caças no momento que soube da morte de seus pais, portanto não precisava se preocupar mais com as regras impostas para um caçador.

Chegando lá, era inevitável não reparar na decoração, que mesmo de longe poderia perceber como tudo era detalhado e bonito. Tinha até segurança VIP barrando os convidados na porta, e pelo que viu das pessoas ali até agora, poderia dizer que iria ser exatamente como o Natsume descreveu antes. Mas tirando isso, era realmente um salão muito bonito, não tinha como negar.
Porém, ainda achava que era uma festa sofisticada demais para uma criança, principalmente uma criança como Yuto.
E como se pudesse ler seus pensamentos, assim que pensou no nome do pirralho o viu correndo em sua direção, junto do outro pirralho chamado Iori.
— Parabéns, Yuto. — Disse enquanto entregava o presente e observava sua reação, junto com a do outro garoto que parecia igualmente feliz e animado, mesmo que o presente não fosse pra ele.
— Legal! Vamos testar agora mesmo Yuto! — Ele dizia animado enquanto puxava o amigo pela roupa e tentava ver os detalhes do presente.
Bom… Pelo menos eles estavam felizes, é isso que importa.

Seguiu Yuto até a mesa indicada, não deixando de olhar em sua volta a todo momento, ainda impressionado com toda aquela decoração e sofisticação.
Ao sentar na mesa ele pegou logo um dos petiscos que estavam no centro dela, e encarou os pirralhos com uma sobrancelha erguida enquanto observava eles se afastarem.
— Pois é… Eu vou fingir que essa frase foi direcionada apenas pra você, porque eu sei me comportar. — Disse com um sorrisinho convencido enchendo sua mão com mais amendoim.
Mas logo levou seu foco para a direção em que Natsume olhava, podendo ver de longe a figura da mãe de Yuto acompanhada por várias outras pessoas, inclusive um cara que provavelmente era quem o vampiro estava se referindo.
— Vamos falar com ele então?
….Mas espera, não seria melhor falar com ele em particular? — Indagou, observando todas aquelas pessoas ao redor do cara.
Afinal, se por um acaso aquela história parasse no ouvido dos tios por causa da terceiros, o plano já iria por água abaixo na certa.

por Natsume Umeki Ter Fev 11, 2020 1:20 am

Ao chegar no local que estava bastante decorado e bem receptivo era impossível não ficar hipnotizado. Afinal aqui levam muito a sério quando se tratam de aniversário. E todos estavam bem arrumados dos pés até a cabeça, e nós também por sorte. Tanto que não custou muito para vir Yuto acompanhando de Iori e eles pareciam bem entretidos com os presentes. Esses pivetes sabem mesmo como deixar as coisas mais leves somente agindo igual a dois retardados. E assim que me acomodei no acento, pude perceber a mesa decorada e tendo os petiscos, mas como também uma garrafa de champanhe de brinde. Pegando a mesma para abrir e assim me servir, quando segurava o copo em mãos e começar a beber um pouco, creio que não faria mal, nem que seja para tirar o gosto.
— Você sabe se comportar? Disse o senhor quebrador de janelas, ainda não me esqueci disso sabia? Deveria ter lhe entregado na hora. — Ergui a celha, desta vez sorrindo todo confiante de minhas palavras. Teria sido hilário o castigo que ele teria recebido, claro que tudo ficou no passado agora. Estava levando o Von para o péssimo caminh-.....mentira, ele também é igualzinho a mim nessa merda também. —.....Prefiro que seja em particular, não duvido que aqui tenham pessoas que trabalham para meus tios. E além do mais... — Suspirei, vendo aquele cara rindo de força exagerada e escandalosa quando enchia mais o copo de bebida dele. Ele estava completamente bêbado sendo que a festa mal tinha dado seu início. — Duvido muito que ele saia daqui tão cedo assim. — Balancei a cabeça negativamente já esperando pelo pior. Se esse cara ficar negando para ficar se divertindo ali, na duvida o sequestramos como diz um certo filosofo. Porém, eu duvido muito que ele não nós escute, sendo que tinha a palavra da mãe de Yuto que o cara nós escutaria. Apenas dei de ombros depois, não sendo necessário me preocupar com ele sendo que estava em nosso campo de visão e terminei de esvaziar a taça. Eu não poderia exagerar ou simplesmente iria agir igual a um louco como aconteceu antes, dando que parei por ali.
— A única opção que nós sobra é deixar o tempo passar e ver no que podemos fazer nessa festa. — Falei, quando cruzava os braços e encarava ao meu redor. As luzes nas árvores, crianças brincando e os adultos se divertindo, e os jovens por outro lado se gabando de suas roupas ou se divertindo. Bom, não podemos ser os únicos a ficar sem fazer nada e encarar como dois pombos em uma praça. — Pretende dar um passeio por aqui? Apenas para distrair um pouco. A não ser que aprecie estar sentado igual a um vovó sedentário. — Abri um pequeno sorriso quando o olhava de canto.

por Von Neville Ter Fev 11, 2020 2:59 am

Desviou o olhar, fechando a cara quando ouviu o albino ressuscitar aquela história da janela.
Aquilo só tinha sido um caso à parte, claro. Tirando isso, e as vezes que fugiu do colégio sem permissão, aquela vez que encheu a cara ou quando fez da piscina uma banheira mortal… Havia se comportado muito bem todo o tempo.
Mas parando pra pensar, em todas às vezes em que foi caótico era Natsume quem estava ali, sendo caótico também, então ele não tinha o direito de o julgar… Principalmente por estar nesse exato momento bebendo uma taça de champanhe.
— Você não aprendeu nada naquele bar não? Já começou a encher a cara. — Disse enquanto o encarava com um olhar julgador. Se ele ficasse bêbado, iria ser difícil pedir algo pro cara, apesar que… Ele já estava bem bêbado também pelo que podia observar.
De qualquer forma, iria continuar sóbrio e bem longe das bebidas para evitar mais constrangimentos na lista.

— Eu não duvido nada que eles mandariam algum outro bode espiatório ou algo do tipo. Não necessariamente pra nos atacar, mas pra ficar de olho. — Enquanto falava olhava em sua volta com o cenho franzido, tentando identificar na multidão alguém que parecesse suspeito, mas era difícil já que burguês aparenta ser tudo igual... Depois falam dos asiáticos.

Concordou com Natsume sobre deixar passar o tempo, já se levantando. Afinal, se ficassem ali o tempo todo, com certeza as horas iriam parecer demorar muito mais para passar, então era melhor que dessem uma volta.
— Vamos, fazer o que. — Deu de ombros e foi na frente, desviando das pessoas no caminho.
Não tinha a certeza para onde estava indo, e as chances de se perder naquele lugar eram enormes, mas estava apenas seguindo algumas luzes sem se importar muito com isso.

Acabou chegando em um caminho de pedras, passando por eles e vendo mais a frente alguns vagalumes pelo caminho. Não duvidaria nada se aqueles vagalumes tivessem sido contratados como decoração, eles provavelmente estavam ganhando alguma coisa para ficarem ali, plenos e belos.
Após passar pelos insetos acabou por dar de cara com um lago, e parou em frente a ele, erguendo a cabeça para observar o céu estrelado.
Ali era muito mais calmo do que qualquer outra parte da festa. Só conseguia ouvir o som de alguns insetos, os patos nadando no lago, e a própria respiração.
Dá última vez que viu o céu assim… Não foi uma boa lembrança. Aquela imagem lhe trazia um sentimento de melancolia e paz ao mesmo tempo. Queria poder voltar a encarar aquele cenário sem ter uma preocupação tão grande na cabeça.
— O que você acha que vai acontecer depois que tudo acabar, se sairmos vivos dessa? — Perguntou ao albino ao seu lado, sem se preocupar muito com o impacto daquela pergunta.
Talvez no fim não precisasse de champanhe, as estrelas já o deixavam embriagado por si só.

por Natsume Umeki Ter Fev 11, 2020 3:36 am

Enquanto o Von estava refletindo sobre as merdas que ele fez em modo memórias do Vietnã, estava aqui no meu segundo copo apreciando o sabor da vitória, e eu poderia muito bem fazer isso porque já sou quase um adulto. Também tinha o direito de fazer qualquer porcaria, tanto que ergui a celha igual ao gato do meme que era acusado de algo que não fiz. —.....Hm, talvez eu tenha aprendido algo. Mas e você Von? Quer que te lembre o que você fez comigo na hora? — Disse retribuindo o mesmo olhar, por mais que fosse muito constrangedor lembrar, pelos menos eu queria que ele tivesse aquela coragem do bar para resolver as coisas. Só que acho que nunca mais verei esse lado honesto dele. Porém irei me controlar para não dar a doida na frente daquele cara, sendo que ele também não estava em um dos seus melhores estados para melhorar as coisas.
— Que merda, eles são tipo pombos. Mas eu duvido muito que arrisquem mais do que necessário, mas sinto que eles já sabem do que aconteceu desde aquele dia. — Suspirei, o vendo tentar identificar alguma pessoa suspeita. No entanto, não parecia conseguir ver alguém focado na gente. Meus tios os conhecendo não eram estúpidos, eles tinham seus métodos de como ficar de olho na gente sem ser tão idiotas em se expor ao público. Por sorte, ambos acabamos por concordar e sair de vez para dar uma volta e se distrair um pouco, assim passava mais rápido e retornar quando algo de importante acontecer.

E desse modo, acabei por passar durante o caminho onde tinha os vagalumes que estavam bem harmoniosos flutuando pelo ar sem preocupações. Era até que bonito, era impossível de não esticar a mão para sentir um pousar no dedo como se fosse uma espécime de anel e o inseto ficar abanando suas asas, sorri um pouco encantado por tal criatura. No entanto, vi o pequenino voar de volta para o seu bando e após isso, parei perto de um lago, na qual já trazia uma sensação de calmaria, o que era mais tranquilo para manter os pensamentos em ordem. Mantendo a atenção para o céus por breves segundos, até que gostava de admirar e manter me perder um pouco nas estrelas na quais são tranquilizadoras e também donas de memórias que ambos não pretendíamos querer lembrar tão cedo assim.
—....Sinceramente eu não sei. — Respondi a pergunta com honestidade, logo relaxando os ombros depois ainda mantendo o olhar para cima: — Eu estive desde muitos anos a busca de vingança, o que era inútil já sabendo da verdade. Porém, sabendo dos riscos, não sabia se pudesse sair vivo dessa ou esperar ter uma vida normal depois, creio que o ódio ou o medo constante de saber que seria caçado a qualquer instante, isso atrapalhou meu passado, e fez que não pudesse planejar bem sobre meu futuro, isso se chegar a ter um. — Suspirei, quando abaixava o olhar, sendo frustrante quando vejo pessoas de minha idade com suas famílias, planos e sem preocupações do que poderia vir ao dia seguinte. Desde aquele incidente minha vida nunca mais tinha sido a mesma, também mudei e muito.... Claro que gostaria de mudar algumas coisas, porém a agonia de não saber o que fazer depois sem um proposito novo de vida era o mesmo que estar vazio.
No entanto, pisquei os olhos ao ver o pequeno vagalume de antes retornar, desta vez pousando no meu próprio nariz o que era inevitável não rir baixinho quando a pousava no meu dedo para encarar-la um pouco, ela estava mesmo me seguindo até chegar aqui? Que curioso.
— E quanto você? — Perguntei, visto que estamos iniciando esse assunto de todos os modos.

por Von Neville Ter Fev 11, 2020 4:48 am

Engasgou-se com o amendoim que estava comendo, colocando imediatamente a mão na boca para tentar disfarçar a tosse.
Do jeito que o outro falava parecia que tinha feito algo muito absurdo com ele, sendo que, pelo que se lembra só tinha sido um abraço.
— Quem invadiu minha cama no meio da noite foi você. — Retrucou, enquanto o fuzilava.
Sentia um arrepio na espinha só de pensar em trazer esse assunto à tona novamente, visto que no dia seguinte após esse evento, Natsume não parecia ter ficado contente com a ideia de deixar o assunto pra lá.

Mas pelo menos agora estavam tendo alguns segundos de paz, longe de todo aquele barulho e música clássica.
O tópico do assunto ainda era um pouco sensível, mas era melhor do que o anterior.
Tratou de ouvir atentamente a resposta do outro, não desviando o olhar do céu até que ele terminasse de falar.
— Sério? Nunca pensou em algo que queira fazer, ou teve algo que te motivasse? — Perguntou, dessa vez o encarando de canto. E apesar de suas dúvidas sobre aquilo, conseguia compreender muito bem o lado de Natsume. Também nunca tinha parado para planejar o próprio futuro, sendo que achou que iria caçar o resto de sua vida ao lado de seus pais, mas agora as coisas tinham mudado completamente… Seu futuro era incerto.
— Eu sinceramente também não sei… Estou com medo, pra falar a verdade. Não quero continuar caçando, mas também não quero deixar de viver minha vida. — Confessou meio constrangido, encarando o chão e passando a mão no próprio braço.
É claro que na situação atual o presente é com o que mais deviam se preocupar, mas era inevitável não pensar sobre isso às vezes, sentindo um frio na barriga sempre que pensava sobre seu próprio futuro.
— Eu lembro que quando eu era pequeno eu queria ser muita coisa, e visitar muitos lugares… Mas isso foi se apagando com o tempo, nem lembro de mais nada. — Disse por fim, dando de ombros.

Acabou por se lembrar das palavras do albino enquanto estavam no shopping.
“Saiba que você não está sozinho”
Huh… Não era bem assim que se sentia, por mais que sentisse a seriedade nessas palavras.
Sabia muito bem que depois de tudo isso Natsume acabaria indo embora, seguindo seu próprio caminho. E sentia que seria muito egoísmo misturado com hipocrisia se pedisse para ele ficar, sendo que foi quem pediu para ele o deixar em paz quando tudo acabasse, agora se lembrava bem disso.

por Natsume Umeki Ter Fev 11, 2020 5:35 am

Sorria de lado totalmente confiante vendo a sua reação bastante previsível. Era inevitável não dar um gole de champanhe para iss-..... Até que eu fui pego de surpresa pelas palavras dele me engasgado dessa vez com a bebida. Mas que filho da puta....
— Não sei do que está falando. — Fingi, quando dava de ombros. Como estava bêbado não me lembrava bem de como fui parar e também como ele tem a mania de desviar assuntos, posso fazer o mesmo, mas já sabia o final disso.

Por mais que esteja longe de toda a multidão e de todo barulho possível, dentro de minha mente persistia essas batidas fortes de realidade, estando totalmente inquieta quanto o assunto. No entanto, fiquei pensativo a respeito da pergunta.... Algo que pudesse fazer ou motivar. — Um pouco, se não fosse estar nessa situação. Provavelmente teria escolhido a profissão de minha mãe de escritora, ou talvez em ecologia. Sempre apreciei a natureza em si, queria ter tomado um rumo melhor. — Suspirei o olhando de canto. Desse modo eu falo como se não pudesse o fazer, não que seja impossível mas não creio que seja tão fácil assim. Muita coisa mudou para cá, eu não tenho nem mesmo um lar para retornar, e imagina pensar em um futuro tudo sozinho?
Mas no fundo Von tinha medo também, era compreensível devido todo esse caos que ele presenciou e ainda tão jovem, aquilo estava o deixando incerto era notável. — Nunca é tarde disso sei, mesmo que o verdadeiro problema seja como dar esse passo ou quando. Tudo bem não saber o que fazer agora, por tanto que tenha forças para enfrentar essas questões pela frente já é alguma coisa. — Passei a mão na nuca, fitando o chão. Porque, depois de tudo que aconteceu, vai exigir muita força de vontade para continuar seguindo em frente e tentar reconstruir sua vida do zero. Afinal, sentia que Von era como um pássaro saindo do ninho de seus pais, prestes a encarar as diversidades e precisar estender essas asas para seu próprio caminho. E tenho medo de como eu terei de enfrentar isso também.

—....Compreendo. Eu espero que um dia, você possa visitar esses lugares, ter a chance escolher mil profissões. Conhecer alguém na qual possa confiar e obter conforto, e encontrar um lugar na qual seja o seu lar. E todas essas coisas clichês ditas, eu sei que irá conseguir e conquistar aos poucos. Tenho certeza disso porque.... — Não prossegui com a minha fala, apenas me mantive calado mantendo um sorriso fraco nós lábios: "Não é isso que os amigos fazem? Desejar a felicidade um do outro?", conclui mentalmente, sem ter mais como me prostestar. Porque estava ciente de que teremos de seguir nossos caminhos, e Von prefere que eu não esteja nele, e assim será. Então balancei a cabeça depois como se fosse nada demais que tivesse dito.
— Viu só? Até o pato deve concordar comigo. — Apontei com o olhar para o animal, cutucando o sapato do moreno como forma de cumprimento. O que era bem cômico por sinal, e apenas suspirei fundo quando esticava meus braços depois. — Então, vamos retornar? — Perguntei a respeito da festa. Por mais que aprecie estar aqui, não podemos permanecer por muito tempo.

por Von Neville Qua Fev 12, 2020 3:18 am

Ouvir Natsume falar aquelas coisas o fazia refletir sobre toda aquela situação no geral.
Se aqueles tios não tivessem interferido em nada no passado, se eles não tivessem feito o que fez, tudo atualmente seria diferente. Talvez não tivesse se separado de Natsume, ou ao contrário, talvez nunca teriam se reencontrado.
Mas pelo menos, ele teria muito mais tempo para pensar sobre o futuro, poderia fazer as coisas que tinha em mente.
Claro que, o que aconteceu no passado não tem como mudar… E nem o faria se houvesse essa possibilidade, mas, ao olhar para o menor ao seu lado e escutá-lo, o fazia considerar essa opção, nem que seja um pouco.
Desejava que pelo menos ele pudesse restabelecer sua vida de alguma forma, era inaceitável para si o fato de que suas vidas poderiam acabar nas mãos de criaturas tão egoístas, depois de tantos anos recheados de receio e rancor.
Faria de tudo para colocar um ponto final nessa história da melhor maneira possível, de um modo que não iriam mais precisar se preocupar em estar correndo risco de vida 24 horas por dia.

Encarou o vampiro com uma expressão confusa, ao ouví-lo cortar a própria frase ao meio, percebendo o sorriso tênue em seu rosto.
— “Tenho certeza disso porque”...? — Repetiu a mesma fala em um tom interrogativo, esperando que o mesmo terminasse o seu raciocínio.
Aquelas palavras poderiam parecer clichê, mas de certa forma lhe traziam um certo conforto nessas horas.
Queria poder dizer algo também, mas nenhuma palavra vinha em sua mente. Tudo o que poderia fazer agora era lhe desejar o mesmo e torcer por ele, para que consiga alcançar seus objetivos também.

De qualquer forma seu raciocínio foi interrompido quando sentiu bicadas em seu sapato, o fazendo olhar para baixo dando de cara com um pato.
Ele sorriu para o animal que fez um “quack” em resposta, logo antes de voltar para o lago junto dos outros patos.
— ...Vamos. — Disse, já se dirigindo novamente ao salão. E chegando lá, pôde ver o jornalista indo pegar mais bebida, mas dessa vez ele estava sozinho.
— Acho que nós temos uma chance agora. — Apontou para o homem com a garrafa na mão, afinal, tinham de falar com ele antes que o cara ficasse louco de vez.

por Natsume Umeki Qua Fev 12, 2020 3:55 am

Após ter obtido esse tipo de conversa ou estar falando essas palavras é estranho de certo modo. Não como se fosse desabafar para qualquer um, mas levando em consideração a essa situação, pelo menos era bom tirar pouco esse peso nas costas.
—....Hm, não irei contar. Quando decidir criar coragem para dizer as coisas, então eu farei o mesmo. — Cruzei os braços, desviando o olhar na hora fingindo fazer uma expressão chateada, deixando tudo no suspense. Não estive esperando que pudesse resolver as coisas comigo e não o fez? Bem, então também farei o mesmo para ver como me sinto. —.....Não é nada demais, sério. — Relaxei os ombros depois o olhando, sorrindo de lado para que pudesse esquecer, abanando a mão depois. Também não posso obriga-lo, compreendo que não queira me contar seja lá qual for os mortos, sabia que não tinha como mudar as coisas. Então, somente devo torcer pela felicidade dele em silêncio no fim das contas.

Porém não podemos permanecer aqui por tanto tempo e isso era fato. E desse modo andamos novamente até chegar no salão de vez, e por sorte vemos uma brecha para falar com aquele cara que estava sozinho. — Isso vai ser um problema, mas beleza. — Suspirei fundo criando coragem para ir até aquele homem alto e bem vestido, porém que fede a álcool até demais. —.....Hm, senhor Frank? Desculpe por o interromper dessa forma, mas podemos falar com você em particular? — Chamei a atenção do cara para que pudesse nós notar. E até que deu certo, tanto que o jornalista nós encarou dos pés até a cabeça meio desconfiando no início, até ele abrir um sorriso idiota e simpático nós lábios para se pronunciar:
"— Mas é claro garotos. Prazer conhece-los rapazes, o que desejam de mim-.....Oh! Espere um momento....—" O homem parou por breves segundos para me encarar e falar: "— Você é o filho de Sarah não é? —".
— Sim? Eu sou Natsume Umeki, acho que a mãe de Yuto te falou de mim. E este do meu lado é Von Neville, precisamos de você-.... — No mesmo instante o Frank deu uma gargalhada como se tivesse visto uma coisa super engraçada. Mas na verdade ele nem sabia o que estava fazendo, tanto que me interrompeu para falar: "— Sabe rapaz. Eu era doido pela a sua mãe na adolescência, ela era uma beldade de vampira, pena que escolheu o idiota do pai. Você é bem parecido com a Sarah sabia? Uma cópia idêntica! —"
— ......Tá... Na verdade-..... — Tentei suspirar fundo, não acreditando que estava escutando uma merda dessas e isso estava a me irritar profundamente até o infeliz concluir: "—Claro que.... Você é mais baixo que ela, e não tem seios enormes e as belas curvas de sua mã-....AI! —". Antes que o jornalista pudesse concluir a fala, eu fiz questão de pisar no pé dele a força. — Ah! Desculpa, eu te machuquei? É que acabei de ver uma barata por perto sabe? — Dei um sorriso por fora, mas que estava carregado de ódio tanto que rangia os dentes por causa daquele babaca.
"— O-oh, tudo bem. Mas preste atenção onde pisa garoto, isso doeu! Então.... O que queria me dizer mesmo? Até me esqueci aqui. — ", perguntou quando acariciava a perna com uma mão e a outra ocupada na garrafa, totalmente desorientado.
— ..... Von, poderia me fazer o favor e falar por mim? Antes que eu esgane esse cara. — Murmurei somente para o moreno escutar porque estava ciente que seria atrapalhado depois. E se isso acontecer de novo, ele faria companhia no inferno junto com aquele maldito traidor.

por Von Neville Qua Fev 12, 2020 5:02 am

Deu de ombros com a resposta do albino. Afinal, não poderia obrigá-lo a falar nada, sem contar que se essa era sua condição, preferia não saber do que se trata também.

Poderiam retomar esse assunto em algum outro momento, porém o foco agora era falar com o tal do jornalista.
Quanto mais rápido o plano fosse colocado em ação, mais rápido toda aquela história acabava… Pelo menos é isso que espera.
Ao se aproximar do homem, era impossível não notar o cheiro forte de álcool vindo dele, o fazendo sentir náuseas e trazendo flashbacks de guerra à tona.
Ficou observando Natsume falar com ele mas… É, realmente aquilo não estava ajudando.
Estava sentindo-se indignado ao ouvir as palavras daquele homem bêbado, porém sua expressão deveria estar expondo uma coisa mais exagerada como… Puro terror.
Se alguém falasse assim de sua mãe sabendo o que aconteceu com ela, desceria o cacete nessa pessoa sem dó. E Natsume provavelmente estava com essa vontade, visto pelo seu sorriso mais forçado que aquela barra que o jornalista estava forçando, carregado de puro ódio.

E como esperado, aquela situação tinha mesmo que sobrar pra si. Suspirou fundo, antes de encarar o jornalista e pensar em como poderia explicar a situação, considerando seu estado.
— Nós temos uma matéria em primeira mão pra você, que envolve um escândalo com a família Umeki, mais especificamente os tios de Natsume. — Ele explicou com calma, mas ao encará-lo era meio que inevitável de torcer o nariz com misto de nojo por causa do cheiro junto com a desconfiança que estava sentindo.
Se virou para Natsume no mesmo instante, mas continuou a encarar o homem com o canto do olho.
— É sério que nosso destino está nas mãos desse cara…? Nós podemos procurar uma outra pessoa. — Disse em seu tom normal, nem se importando se o aquele cara estava o ouvindo ou não.
Sabia que aquilo tudo era por conta do efeito da bebida, mas, a primeira impressão é a que fica e ele com certeza não estava causando uma boa impressão para si.

por Natsume Umeki Qua Fev 12, 2020 11:23 pm

Eu tentava ao máximo entrar no foco, mas era complicado quando o cara estava não ajudando. O cheiro de álcool dele já me deixava atordoado por si só. Era assim que eu agia antes igual a esse idiota? Eu espero que não, seria muito vergonhoso se fosse verdade para ser honesto. Me controlava por um triz para não manda-lo para a morte, por sorte o moreno se explicou no meu lugar e isso me deixou um pouco mais aliviado me fazendo suspirar.
"—.....Hm? Eu não quero saber daqueles dois, esses desgraçados quase acabam com meu emprego em ter me metido naquele caso.—" Respondeu o bêbado se recusando a escutar, quando estava mais focado no álcool do que qualquer outro tipo de coisa.
— Von, ele pode ser um otário como pessoa. Mas é o único que pode nós ajudar, se tivesse outra alternativa eu já teria deixado esse merda de lado. — Falei normalmente para o outro, suspirando fundo pedindo por alguma ajuda divina e que caia outro jornalista que saiba o que está fazendo, mas não conheço outro alguém que odeie meus tios como o Frank. "—E-EEEEI, Vo....vocês ai! Eu estou escutando tudo sabia? Esses jovens, não respeitam mais os adultos.—", balançava a cabeça negativamente. Esse imbecil... — Mas eles tem a ver com aquele acidente para sua informação. Não era isso que estava procurando também? Temos provas o suficiente aqui. Você adoraria saber o que eles tenham feito, porém se não quiser, nem sei porque estou perdendo meu tempo aqui. — Disse por fim, me preparando para ir embora até o homem erguer a mão para que eu pudesse parar, e ele começar a falar desta vez, em um tom mais sério:
"— Tudo bem, conseguiram me convencer. Tem razão quando estava a procura dessas provas, é bom que sejam boas o suficiente garoto, não trabalho com qualquer coisa. Irei ajuda-los como prometido, afinal eu sou ótimo no que faço.—", comentou ele abrindo um sorriso confiante nós lábio quando deixava a garrafa vazia por cima da mesa.
E apenas suspirei olhando para Von de que tínhamos conseguido pelo menos, já era algum sinal, espero que esse imbecil saiba o que está fazendo realmente, até que Frank se pronunciou novamente, pousando os braços por cima de nossos ombros com um sorriso idiota nós lábios: "— Não sairei tão cedo daqui, então, por que não aproveitam um pouco a festa? Quando acabarem, eu estarei na vossa espera. Afinal, a juventude é tão bela sabia? Parem de ser tão sérios e procurem uma namoradinha, aqui há tantas gatinhas! —", riu quando sentia aquele bafo horrível de álcool.
— O-ora seu-....— Eu estava prestes a empurra-lo para longe, quando via uma aglomeração de pessoa se dirigindo até a mesa, o que significa que cantaria os parabéns. O que foi uma ótima oportunidade, para pisar novamente no pé do infeliz com força para nós soltar e segurar no pulso do Von para puxa-lo para longe daquele alcoólatra: — Foi mal, outra barata. — O fuzilei com o olhar, abrindo um sorriso confiante depois de como que ele merecia, saindo de perto do infeliz que parecia não se importar, e ter uma desculpa para sair de perto e assim chegar até onde estava mesa junto com os outros convidados, logo o soltando. Como sabia que aquele jornalista não irá sumir, então basta confiar nele por mais que não queira isso.

Desse modo os parabéns foram cantados, e apenas observará em silêncio a cena como se fosse uma cena em câmera lenta, era bom ver o Yuto todo feliz e ao lado de seus familiares e amigos, era impossível não ficar orgulhoso por dentro. Esse nanico está mudando aos poucos de acordo com o tempo, ficando mais grandinho e espero que eu tenha essa oportunidade de comemorar seus aniversários mais vezes, por isso terei de me esforçar para não perder cada detalhe da vida do garoto lobo, como se fosse um irmão menor para mim. No entanto, fui interrompido quando o garoto soprou as velas do bolo, a sua mãe lhe perguntou qual desejo tinha feito para todos, e Yuto apenas abriu um sorriso enorme para responder em um tom alto e animado: " — Eu desejei ficar ao lado de Iori para sempre! —", claro que dizendo isso, alguns familiares iriam achar aquilo fofo, um pedido bobo de uma criança diante seu amigo, e outros já o encararam de forma estranha diante o desejo. Mas meh, eu já esperava que ele fosse fazer um pedido desses. "— Ah, não fique triste Natsu, você é meu favorito também sabia? O meu irmãozão do peito! —", cochichou o pivete para mim, mesmo que Von também pudesse escutar aquilo. E eu apenas revirei o olhar.
— Tá, tá que seja. Falando assim até parece que gosta do outro pirralho. — Abri um pequeno sorriso para fazer sacanagem para o Yuto, mas o garoto lobo apenas deu de ombros, sorrindo de lado sem dizer nada, e dando uma piscadela como se fosse guardar em segredo, e logo saiu de perto para tirar fotos com a família-.....E-ESPERA UM SEGUNDO? QUE EXPRESSÃO FOI ESSA? E apenas fiquei perplexo, totalmente vermelho e sem saber como reagir aquilo quando olhava para o Yuto e logo para o Von várias vezes tentando processar a informação: — Mas que porra é essa? — Desde quando o pirralho gosta do outro? Por quanto tempo eu dormi nessa merda? Só fui interrompido quando o próprio aniversariante nós chamou para tirar fotos com ele junto com o amigo dele, e apenas suspirei olhando para o Von depois: — Enfim, vamos até eles então. — Fiz um gesto com a cabeça, ainda meio incrédulo de como um garoto de treze anos consegue se dar melhor amorosamente que qualquer um de nós aqui.

por Von Neville Qui Fev 13, 2020 2:16 am

Não sabia mais o que poderia dizer naquela situação, sinceramente.
Parecia que realmente não tinham uma outra alternativa a não ser confiar naquele cara, e isso era no mínimo desconcertante. É nessas horas que gostaria de ter mais contatos desse tipo em sua agenda, assim não teriam que passar por um aperto daqueles.
Pensou em se pronunciar, mas Natsume foi mais rápido, e de algum modo conseguiu reacender o pouco do juízo que sobrou naquela cabeça alcoolizada.

Apenas suspirou de alívio quando ouviu o jornalista finalmente concordar.
Aquilo já era uma coisa a menos para se preocuparem, apesar de que infelizmente, teriam que esperar mais um pouco para poder discutir sobre o assunto… De qualquer forma, seria inútil conversar sobre algo tão sério agora, levando em consideração seu estado atual… Então novamente, não tinham muita escolha.

Tudo o que queria agora era sair de perto daquele cara e o cheiro de álcool. Era assim que ficou cheirando quando bebeu? Que coisa horrível e vergonhosa deve ter sido… Mais um motivo para nunca mais beber.
Sem falar que aquele era um jeito bastante peculiar de se dizer que deveriam aproveitar a festa. O cara parecia um senhor na crise da meia idade tentando ensinar sobre a juventude aos mais novos, era impossível não sentir vergonha alheia em sua presença.
Afastou o cara com um braço, o xingando mentalmente até que sentiu ser puxado por Natsume para longe dele, dando graças aos céus de terem uma desculpa boa o suficiente para saírem de perto.

Finalmente havia chegado a hora de cortar o bolo… Isso significa que a festa estava acabando? Esperava que esse fosse o caso. E talvez no final, no meio de toda a empolgação, nem teria que colocar o que aprendeu na “aula” de dança em prática.
Era tudo o que desejava no momento, que esquecessem essa história de uma vez.

Mas tirando essa sua preocupação boba, tudo parecia correr muito bem para o aniversariante.
Só fez erguer as sobrancelhas e sorrir em relação ao seu pedido, tentando disfarçar a cara de bunda. Era fofo? Sim. Mas era uma frase muito ingênua e boba.
Só conseguia pensar naqueles dois crescendo e tomando caminhos separados, e isso de certa forma o deixava triste também. Muita coisa poderia mudar até lá, mas eles pareciam ocupados demais sendo crianças bobas e alegres para sequer parar pra pensar nessas possibilidades.
Devia confessar que no fundo também sentia um pouco de inveja.

Ficou em seu canto observando o pirralho falar com Natsume, até que o mesmo se afastou e o deixou sozinho com o albino que aparentemente estava muito chocado com o que tinha acabado de descobrir.
Von só deu de ombros e o encarou.
— Por que você parece tão chocado em relação à isso? —
Perguntou retoricamente, demonstrando 0 surpresa com aquele fato.
E logo foi até eles, ficando atrás dos pirralhos que pareciam estupidamente feliz só de estarem ao lado um do outro.
Suspirou e olhou para a câmera, fazendo uma típica cara de pastel já que não era muito acostumado com fotografias.
Pelo menos a única vez em que se dispôs a vestir um terno ficaria gravado para sempre na história. Poderia pedir uma cópia depois para poder rir da própria cara mais tarde.

por Natsume Umeki Qui Fev 13, 2020 3:04 am

Com essa história do jornalista, pelo menos já era uma coisa que conseguimos lidar.... Eu creio, porque francamente nesse estado atual do cara era impossível de tirar uma conversa, o certo estaria permanecer aqui até que a poeira se abaixe de vez. Pelo menos estava aproveitando e comendo o bolo quando torcia que não pudesse ter essa dança final, o treinamento teria sido em vão? Óbvio, mas pelo menos não colocaria em prática. Era claro que Von não tinha acreditado nem um pouco no pedido do Yuto em relação ao Iori, e também me sentia incomodo de alguma forma. Apenas espero que ele não cometa os mesmos erros que fiz, e que sua amizade com aquele pirralho possa se fortalecer. Desejo mais que coisas boas aconteçam com o garoto lobo do que as ruins, ele está vivendo algo que já não sentia a muito tempo.
—.....Hã, o quê? — Pisquei os olhos meio confuso com a pergunta do outro, mas logo conseguia retornar a mente na realidade e suspirar fundo, passando a mão nós próprios cabelos para bagunça-los levemente. — Yuto me disse antes que jamais iria gostar de alguém por ser coisa infantil, e adivinha só. — Franzi as celhas, me lembrando que iria fazer hora com ele em outra hora. Mas no momento, eu me sinto mais velho do que imaginado. Tanto que andei até os pirralhos que pareciam bastante animados somente por tirar algumas fotos, e claro eles faziam umas caretas toscas que tinha seus motivos. E apenas fiz uma cara de bunda para a câmera porque não sou muito fã de fotografias, e como o moreno também não, parecíamos aquela pintura de American Gothic com pouca vontade de viver o que era notável.
No entanto, Yuto e Iori se viraram para atrás e perceberam as nossas faces nada "emburradas", tanto que o garoto lobo, ergueu uma celha para nós dizer:
"— OH! Que cara sérias são essas? Vaaaamos, eu sei que existe um belo sorriso de vocês a ser exposto para a foto! Iori, me ajude a fazer cócegas neles! —", disse o menor abrindo um sorrisinho maléfico quando se aproximava com aquelas mãos perigosas. E eu automaticamente tentei me afastar já sabendo o que isso daria, tentando os assustar com meu olhar mortal o que não adiantava muito. — Não, não vão me obrigar a essa merda, sai de pert-....A-ahah....para com isso....ahahah....P-PARA! Ahahah! — Tentei não rir quando sentia as mãos sobre meu corpo o que fazia o mesmo se contorcer tentando não ser atingindo pelas cócegas, mas era inútil porque apenas acabava gargalhando de forma alta e escandalosa na tentativa de me soltar do outro, quando afastava seu rosto com a mão. Mas Yuto era persistente e até tentou fazer em Von para ver se tinha o mesmo efeito, só o que não esperava era o maldito fotógrafo ter tirado as fotos, tanto que entregou a câmera para o aniversariante, e assim o pirralho pegou a câmera todo confiante e nós mostrar:

"— Agora sim! Irei pendurar em um quadro para que todos apreciem! —", e o que era? Uma foto borrada, mostrando as posses ridículas como as expressões também o que era simplesmente cômico e bobo só de ver. — Apaga essa merda. — Fiz uma cara de bunda, quando ajeitava meu terno por causa daquela palhaçada. No entanto, a atenção de todos foi capturada quando os músicos começaram a subir no palco para começar a se prepararem e tocar uma música lenta por sinal. Na hora sentia um frio na espinha percorrer por todo o meu corpo de puro nervossismo, porque isso significa que...."— Oh, mas já? Finalmente a dança! Vamos Iori, mostremos a todos quem manda nessa festa! —", sorriu quando segurava na mão do amigo, e logo nós encarou meio curioso: "— ....Hmmm, que eu saiba o Natsu não sabe dançar e nem o Von. Que pena que não podem participar! —", riu baixinho.
— Shiu, sabemos perfeitamente. Mil vezes melhor do que você e seu amiguinho. — Franzi o cenho falando de forma confiante até demais, se fosse para me gabar por algo que realmente sei fazer agora não faria mal. No entanto, não esperava que o garoto lobo, apenas sorrisse com aquilo, olhasse para Iori por breves segundos e retornar sua atenção a nós: "— Ohhh, é mesmo? Se for assim eu gostaria de ver isso com meus próprios olhos! Boa sorte ~ —", concluiu quando o garoto passou a mão em minhas costas me dando um leve empurrão para perto de Von. O que era inevitável não resmungar baixinho, fuzilando o pirralho com o olhar que se dirigia até a pista de dança como se fosse um desafio a ser feito. Não tinha como escapar disso não? Tanto que suspirei fundo, passando a mão na própria nuca não sabendo como iniciar, que porcaria. No entanto olhei para o moreno por breves segundos para lhe perguntar:
—..... Então, não se incomodaria se o senhor Von pudesse me conduzir a está dança? — Estendia a minha mão em sua direção, imitando praticamente aquela mesma ação na loja de brinquedo, sorrindo de lado na brincadeira. Porque francamente, a dignidade já tinha perdido a muito tempo. Porém, tinha um detalhe importante que não poderia me esquecer... — Claro.... Isso se não preferir ir com as garotas daqui, elas devem estar loucas para dançar com você. — Falei calmamente, claramente percebendo algumas das moças lobas colando os olhos no caçador como se fosse o príncipe delas. Afinal, como Von era peculiar de todos daqui pelo fato de ser humano e estar bem elegante era claro que chamaria a atenção por si só. No mesmo instante sentia engolir o seco imaginando na possibilidade de ser recusado, afinal.... Eu não sou um garoto? Imagino que seja estranho para ele fazer alguma coisa dessas e na frente de todos, será que era uma boa ideia eu ter pedido aquilo? Não que eu me importe com esses detalhes idiotas. Mas na dúvida eu inventaria qualquer desculpa, tanto que tentei controlar meu nervosismo sem sentido na hora.

por Von Neville Qui Fev 13, 2020 5:02 am

Pôde compreender um pouco o porquê daquela reação do outro, afinal, ele conhecia o Yuto desde sempre, provavelmente ainda o via como apenas um bebê ou seu irmão caçula. Mas vendo de um outro ponto de vista, compreendia o pirralho também, já que o mesmo deveria estar entrando na puberdade, e apesar de não saber direito como esse tipo de coisa funciona para outras criaturas, imaginou que teria a mesma pegada que a dos humanos.

Esperou o fotógrafo terminar de tirar a bendita foto para sair daquela posição desconfortável, mas logo notou algo estranho e quando olhou pra baixo, só viu dois pares de olhinhos maliciosos que pareciam prontos para acabar com o resto de sua dignidade.
Se afastou por instinto e ficou observando em seu canto Natsume sofrer. Aquela cena era tão hilária que até se esqueceu de que seria a próxima vítima, só voltando a realidade quando percebeu Yuto e Iori se aproximando de si, o que o fez arregalar os olhos e se afastar ainda mais, usando as próprias mãos como escudo.
— Ei nem pensem nisso… Não, não, não--… — Parou de falar ao sem querer tropeçar em uma das decorações, caindo sentado no chão.
— Ele caiu! Rápido aperte os joelhos e a região da cintura, sempre dá certo! — Ouviu o pestinha dizer, e antes que pudesse reagir sentiu aquelas mãozinhas sobre si, que o fez ficar mais desesperado do que sentir vontade de rir, fazendo movimentos esquisitos como se estivesse inventando uma coreografia nova, enquanto ao mesmo tempo pedia piedade aos dois.

Quando eles se afastaram, se levantou como se nada tivesse acontecido, ajeitando seu terno e seus cabelos que aqueles dois pirralhos amaldiçoados conseguiram bagunçar um pouco.
Nem se deu o trabalho de olhar para Natsume ou a fotografia que o menino lobo estava mostrando, fingindo que aquele evento foi só ilusão de sua cabeça.
Afinal, tinha outras coisas para se preocupar… Como por exemplo aquela música lenta que começou a tocar na festa.
Ah… Não. Era só o que faltava mesmo.
Não sabia exatamente o que fazer nessa hora… Havia treinado sim, mas tudo parecia muito diferente com todas aquelas pessoas ao redor, todas de classe alta além de não serem humanos. Era um mundo totalmente diferente do qual vivia.
Mas ao olhar para frente, deu de cara com Natsume estando bem próximo de si, o que fez seu coração acelerar na hora.
— Eles com certeza vão amarelar na hora. — Disse o pirralhinho humano encarando os dois com um sorriso divertido, enquanto era arrastado pelo amigo para a pista de dança.
Mas Von estava concentrado demais no albino em sua frente para sequer resmungar ou revirar os olhos. Ele parecia estar determinado em fazer a coreografia, apesar de que também sentia um pouco de nervosismo em sua voz.
Até olhou para trás para ter a certeza do que Natsume estava falando, podendo ver ao fundo, em seu campo de vista, algumas meninas que acenavam e outras que desviavam o olhar com o contato visual que fizeram.
Huh… Se elas soubessem que já havia matado dezenas de sua espécie, ainda ficariam tão animadinhas ao vê-lo?

Resolveu deixar aquilo de lado e voltou sua atenção ao vampiro em sua frente, abrindo um sorriso de canto e pegando em sua mão estendida.
— Se for pra passar vergonha, eu prefiro que seja com você. Afinal, nós treinamos juntos essa coreografia. — Disse, se virando para a pista ainda segurando sua mão, enquanto esperava aqueles dois pirralhos terminarem a própria coreografia deles, para não roubar a luz do aniversariante.
E quando terminaram, Von puxou Natsume até o meio da pista, os posicionando na posição inicial da dança.
Sentia que toda a atenção acabou sendo voltada para eles, mas não tinha a certeza disso. Não se atreveria a tirar o foco do vampiro logo agora, pois se o fizesse acabaria por perder a coragem.
Respirou fundo, e com um olhar mais confiante, apenas disse:
— A gente vai conseguir, ok? — E assim uma nova música se iniciou, coincidentemente a mesma que ensaiaram.
Isso de certa forma o lembrou do treino, fazendo-o se sentir menos tenso na mesma hora, assim começando a conduzir o outro, igual da última vez que tentou.

por Natsume Umeki Qui Fev 13, 2020 8:54 pm

Eu estava amaldiçoando a Deus e a todo mundo por causa daquela foto. Tentava ao máximo me livrar daquelas pestinhas que praticamente acabariam com meu pingo de dignidade que me sobrou - isso se eu tivesse - no início. Claro que Von sendo tão conveniente ao ponto de ficar observando a minha desgraça em distância, mas como o karma sempre acaba chegando a uma hora ou outra. No entanto, meus olhos presenciaram a melhor cena do mundo: O Von tomando no cu.
—....PFFT..... Está vendo isso? Tire fotos nesse ângulo, foque no rosto dele. — Pedi para o fotografo que estava tirando fotos, e eu apenas ficava no meu canto rindo igual a uma foca prestes a ter um infarto, porque simplesmente os adultos nós encaravam como se fossemos desmiolados. Mas quem liga? Ver o caçador sendo imobilizado por duas crianças com o menor do tamanho dele é algo bem irônico por sinal, principalmente o vendo quase tendo um treco por causa das cócegas, agora descobri o ponto fraco do infeliz. — Retiro o que digo, não apague, eu quero fazer uma camisa estampada dessa foto. — Abri um sorrisinho malicioso de lado quando encarava o moreno que se tentava se recompor como se nada tivesse acontecido, tarde demais meu caro.
No entanto, algo que eu tinha certeza que seria impossível me recompor depois desse baile que está tendo seu início. Estaria mentindo a mim mesmo se soubesse o que fazer naquele instante por mais que já saiba como funciona. O que os pivetes fizeram também não me ajudava muito, abri até mesmo a matraca para tentar disfarçar meu nervosismo, seja pelo local, pela aproximação ou pela quantidade de gente, já tinha até perdido a noção.

Porém, deixei esses pensamentos de lado ao sentir minha mão ser segurada, ficando um pouco perplexo quando escutava suas palavras. O que apenas fiz assentir em concordância. — Tudo bem, mas prefiro mostrar a todos como se faz. — Mostrei um pequeno sorriso torto nós lábios, e fiquei no aguardo para ir, mas tinha de esperar a dança de Yuto concluir. E deveria admitir que ele fazia até que bem, os moleques tomavam jeito e pareciam estar se divertindo e era impossível não ficar maravilhado, estava feliz pelo garoto. Tanto que pareceu acabar tão rápido quando os vi se retirar do centro para deixar os demais adentrarem na pista, e desse modo fui levado até o centro, assim me posicionando para a dança inicial. Mesmo que sentisse os olhares curiosos queimarem minhas costas, me mantive firme apenas encarando o caçador na minha frente para não perder o foco. — Claro, deixe que eles olhem. — Falei um pouco mais confiante e conseguindo relaxar-me quando começamos. E não foi complicado para começar a aproveitar o momento, fingindo que não tinha ninguém presente naquele salão, permitindo ser conduzido e seguindo o ritmo conforme a música. Acredito que nesse momento foi capaz de me fazer esquecer um pouco das preocupações externas, os giros, e até mesmo ser levantado para o ar de vez enquanto era divertido o que era inevitável não rir baixinho, ignorando até nas pequenas falhas que cometíamos, fez com que as preocupações e os nervos fossem ir embora. A música era tranquilizante por si só, tanto que perdia a noção do tempo de acordo como a música tocava, ou sabe-se quantas músicas já dançamos naquela noite, aquilo era o de menos.

Se pudesse, continuaria do jeito que estava, e não gostaria de acordar para a realidade depois dessa, não logo agora. Estava com a mente tão tranquila e ainda pela música ser uma mais calma comparado as anteriores, nem sequer tinha percebido que estava encostando minha cabeça no ombro do moreno, me aconchegando ali mesmo, fechando os olhos por breves segundos apenas para me concentrar na melodia da música na qual era nostálgica. Meus pais costumavam tocar sempre em festas, aquilo era confortante, tanto que meu coração e respiração pareciam mais pesados lentos para me concentrar melhor no som-..... —.....? D-desculpe.... Eu.... — Ergui minha cabeça, a retirando daquele local de imediato, sentindo meu coração acelerar brutalmente, tentando inventar qualquer coisa que vinha em mente. Como sou tão estúpido em me distrair desse jeito com a cabeça estando nas nuvens? Não sabia como reagir a aquilo, por sorte, fui interrompido pelo som das palmas dos convidados que eram dirigidos para a banda de músicos que estavam se retirando, ah.... já acabou? Pisquei os olhos de surpresa, desse modo conseguindo me soltar para fazer a reverencia final sempre depois da dança. Creio que isso me ajudou um pouco a me livrar de minha situação constrangedora.... Porém, fui pego de surpresa ao ver o jornalista que estava ao lado de uma mulher, que praticamente ela estava furiosa ao ponto de jogar água na cara dele para ir embora o abandonando naquela mesa.
—..... Creio que alguém levou um belo fora. — Fiz uma expressão de bunda, sentindo retornar a hora na realidade. Quando o Frank percebeu a gente, e começou a acenar despreocupadamente, como se não tivesse preocupado por estar todo ensopado. E apenas suspirei, balançando a cabeça negativamente por aquele idiota, a festa já acabou praticamente, isso significa que temos de retornar até ele e colocar o plano em ação.

por Von Neville Sex Fev 14, 2020 3:39 am

Seguir o ritmo da música foi muito menos difícil do que imaginou que seria. Em poucos minutos já estava totalmente entregue a ela e aquela situação, se tornando completamente leigo com a realidade à sua volta.
Ver Natsume não parecer tão tenso, e, até mesmo parecer estar se divertindo com a situação, de certa forma ajudava um pouco a se manter relaxado… E tinha que confessar, também estava se divertindo.
Afinal, era a primeira vez em sua vida que fazia algo do tipo, uma coisa que nunca imaginou que faria. Mas parando pra pensar, desde que se encontrou novamente com Natsume fez muitas coisas pela primeira vez, que jamais imaginou fazer.
Fugir da escola, adotar uma rã, beber até cair duro, ir pra praia… E agora um baile adicionado na lista.
Não sabia dizer se isso era bom ou ruim, mas sentia que era mais bom do que o contrário.
Era graças a essa pessoa em sua frente que estava conseguindo se manter tão firme e forte diante daquela situação toda, e esperava que pudesse estar dando esse mesmo apoio para o albino, nem que seja um pouco.

Estava tão entretido com a dança que nem percebeu quando o menor repousou em seu ombro, apenas o deixando descansar ali, e, meio que involuntariamente passando levemente a mão em seus cabelos. Só se deu conta do que aconteceu quando Natsume se afastou e acabou por ouvir palmas dos outros convidados, o fazendo se virar para trás para ver os músicos se retirarem do palco, um por um.
Logo voltou a sua atenção ao vampiro, o encarando enquanto procurava palavras para dizer naquele momento.
— N-Não tem problema. — Disse desviando o olhar, sentindo seu rosto esquentar na hora.

Mas deixou isso de lado para se focar e olhar em volta, procurando novamente por aquele jornalista para que finalmente pudessem colocar o plano em prática. Afinal, a festa já estava no seu fim, essa era literalmente a única coisa que faltava para se fazer, para assim poderem ir embora.
Se virou a tempo o suficiente para ver o cara levar um fora, e o encarou com um olhar entre pena e vergonha alheia, enquanto respirava fundo se preparando mentalmente para lidar com ele de novo.
— … Vamos até ele então? — Não era como se tivessem muita escolha no fim das contas.

por Natsume Umeki Sex Fev 14, 2020 5:30 am

Eu esperava de tudo mesmo, um empurrão ou até uma expressão estranha do outro. Menos isso.... Era inevitável não sentir o rosto esquentar na hora, totalmente perdido e sem saber como reagir aquilo. Porém, Von não pareceu-me incomodado, o que era um alívio se não tivesse tão alterado por causa disso.
No entanto, o foco voltou-se totalmente até para aquele jornalista estúpido que não poderiamos o deixar cinco minutos sozinho que estava fazendo pagar vergonha na frente de todo mundo. Francamente.... Se fosse por mim o deixaria jogado e buscasemos uma pessoa melhor. Não esse bêbado fracassado.
—..... E temos escolha? — Suspirei fundo criando coragem para sair daquela pista de uma vez por todas e nós dirigir até onde estava Frank. Cantando sozinho como se tivesse fumado algumas e tinha umas milhares de garrafas vazias sobre a mesa. Poderia dizer que era o verdadeiro chiqueiro. — Então, você sabe. Temos de resolver os nossos assuntos, ou se esqueceu? — Fui direto no ponto vendo o loiro nós cumprimentar alegremente quando ria e se levantará meio cambaleando, como se fosse cair a qualquer instante: "— Maaaas é claro! Eu estava aguardando por vocês rapazes. Bem, vamos no meu apartamento, lá tenho todo o meu material de jornalismo e podemos conversar melhor. Não.... Não fica muito longe daqui! —", disse ele fazendo um sinal de dedão positivo para que não pudessemos nós preocupar. Tanto que ergui as celhas pensando bem se era uma boa ter de aceitar uma proposta dessas. E se ele morar praticamente debaixo da ponte? É o que parece o julgando nessa situação.

—.....Hã.... Porcaria. Olha, é bom que não faça nada de suspeito pelo seu próprio bem. — Passei a mão em meus cabelos tentando manter o controle da situação, quando via o outro dar de ombro apenas. De todos os modos não tem como ele fazer alguma coisa, e ainda mais naquele estado era difícil para ele nós ajudar se não souber como retornar para casa, então o apartamento parecia mais seguro. E apenas olhei o Von por breves segundos para nós preparar para ir embora, assim pegando meu celular do bolso para ligar para um táxi e ir nós buscar. Tanto que depois de alguns minutos de espera, pude me despedir de Yuto e do outro pirralho, o desejando felicidades para depois ter de sair daquela festa acompanhado daqueles dois para pegar o táxi que estava na nossa espera na entrada.
Tirando a viagem que não foi nada fácil em escutar o Frank reclamar de todas as mulheres na qual levou um fora, não demorou muito para que possamos chegar no endereço indicado. Após sair dentro do veículo fiquei surpreso em ver que a casa do jornalista se tratava de um apartamento de luxo. E eu acreditando que seria um mendigo, e ao entrar no apartamento fomos bem recepcionados, como esperado e os funcionários pareciam conhecer bem o loiro. O percurso até chegar na porta dele foi complicado, tendo de enfrentar elevadores e ver o homem caminhando igual a uma barata tonta até parar em frente da porta para retirar seu cartão e passar na lateral da porta para descantrar-la:

"— Lar doce lar ~ Por favor, não reparem na bagunça. A empregada acabou por se demitir semana passada. —", explicou o homem dando a sua entrada para a gente, rindo da própria desgraça.
Só que ao pisar os pés naquele ambiente, eu pude perceber o caos. Era idêntico a casa daquela caçadora, uma bagunça total com documentos, roupas e objetos espalhados no chão como se tivesse passado um furacão por aqui. Eu nem queria ter reparado, juro. —..... Agora está explicado-.....Urgh, puta merda. Cara, namoral. — Respirei fundo, já perdendo a paciência para andar até a sala a procura de qualquer roupa e achei algumas limpas, e peguei as peças arremessando na cara do jornalista sem nem mais e nem menos.— Vai tomar um banho e retirar esse cheiro de álcool de uma vez por todas. Porque não estou afim de falar contigo nesse estado caralho! — O fuzilei com o olhar de forma feroz, começando a lhe dar sermão na frente de Von, assim ordenando que aquele alcoólatra não ficasse apenas pegando brisa e levasse aquilo a sério. O que fez Frank, pegar a roupa, fazendo uma leve careta de espanto: "—..... Credo, você seria o tipo de pessoa que não gostaria de me relacionar. Sim vossa majestade, eu estou indo. Me aguardem, já retorno. —", acenou quando se dirigia até o banheiro. O que me fez ficar vermelho de raiva e cruzar os braços, me encostando na parede. Majestade é uma merda, o que tem de tão ruim avisar o óbvio? Ver toda essa bagunça era de tirar o sério de qualquer um.
Porém era inevitável não ver os artigos na parede de prêmios e troféus de melhor jornalista, até tendo uma foto dele com sua filha todos felizes, como foi que ele acabou nesse estado? Mas não custou muito tempo para Frank retornar até nós de roupa trocada e não fedendo a álcool, mas dava para perceber que estava meio alterado mas não tanto como antes. Tanto que ele pegou um maço de cigarro para acender ali mesmo e começar a fumar, expelindo a fumaça no ar. E começar a se pronunciar ao nós encarar:
"— Então, podemos iniciar? Que tipo de materia de primeira é essa que querem me mostrar? —", perguntou quando se sentava em um dos sofás. Pelo menos ele parecia nós escutar finalmente. — Certo. Von, trouxe consigo os documentos sobre o pedido das armas com as informações de Garry? — Voltei minha atenção para o moreno do meu lado, quando eu já estava prestes a pegar minha bolsa com os materiais necessários para que seja o suficiente para provar alguma coisa. Tanto que esperei o caçador se pronunciar primeiro quando eu estava a procura das coisas aqui.

por Von Neville Seg Fev 17, 2020 2:26 am

Ficou apenas observando o jornalista tentando se ajeitar ao mesmo tempo que fingia estar tudo bem. Ainda não estava botando muita fé nele e ele também não estava ajudando, mas por hora conseguia engolir isso por conta das palavras do albino que dizem que ele é de confiança.

Ao ouvir "Vamos para o meu apartamento", já estava ciente de que aquela noite iria ser mais uma noite longa e provavelmente que iriam passar em claro, e não pôde deixar de suspirar diante daquilo.
Se tudo isso no final não valesse o esforço, iria pessoalmente acabar com a carreira deste homem junto com a dos tios de chernobyl.

Preparou-se para ir embora, despedindo-se do aniversariante e alguns convidados, para finalmente poder entrar no veículo e ir em direção àquele apartamento para poder resolver as coisas de uma vez por todas.

E como o esperado… O jornalista também era um burguês. Não que estivesse surpreso, levando em consideração de que ele era um amigo da mãe de Yuto, e até mesmo conheceu os pais de Natsume. Mas isso era o de menos.
O que lhe deixou realmente surpreso foi a bagunça que viu quando entrou, mal conseguindo andar até o centro da sala por conta da quantidade de coisas espalhadas pelo chão.

Observou Natsume ficar puto sobre aquilo, e sinceramente, ele tinha todo o direito de estar puto. O que tem acontecido com esses loiros hoje em dia que aparentemente tem problemas de organização?
Suspirou fundo, e tomou a liberdade para pegar algumas coisas e arrumá-las ou jogá-las em outro canto, até que fosse possível andar um pouco sem ter que pisar nas coisas, e também poderem sentar no sofá.

Enquanto esperava o cara sair do banho e se arrumar, sentou-se em um canto do sofá e imediatamente tirou sua gravata e o casaco de seu terno, sentindo-se mais leve apenas por tirar essas duas peças.
Por mais que gostasse de estar bem produzido, ainda preferia suas roupas de caçador junto de seu moletom.
Esperava não ter de se acostumar a usar coisas assim, mas certeza de que iria guardar o terno para caso alguma outra ocasião no futuro aparecesse.

Já foi pegando as coisas necessárias dentro de sua bolsa e as deixando sobre a mesa, assim que viu o jornalista voltar para a sala e ouviu Natsume comentar sobre.
Sentiu-se incomodado com aquele cigarro aceso, mas como estavam no território dele não se viu no direito de reclamar.
Resolveu tentar ignorar isso e focar no que tinham que explicar agora.
— Se isso não for o suficiente, ainda temos outros recursos para provar nossa palavra. — Disse, mas no fundo sabia que além do que estava naquela mesa os outros recursos não eram muitos. Esperava que apenas aquilo bastasse para fazer uma matéria, não entendia muito dessas coisas.

por Natsume Umeki Seg Fev 17, 2020 3:25 am

Uma coisa positiva no meio disso tudo era o jornalista já ter tomado um banho para retirar aquele fedor repgunante de antes. Mas ainda assim incomodava aquela fumaça, ele é anta ou se esqueceu que vampiros se fodem com essa merda relacionada ao fogo e fumaças? Tanto que nem fiz bola e apenas respirei fundo para manter o foco principal.
E quando o moreno colocava sobre a mesa as coisas, aproveitei para fazer o mesmo e deixar a arma do crime por cima como outros tipo de documentos importantes no caso.
"— .... Hm. Vejamos....— " Frank se aproximou da mesa para analisar bem os papéis. Mas sem antes nós olhar antes e perguntar: "— Como conseguiram essas coisas? —"
— Fomos perseguidos pelo próprio Gary, em pedido de meus tios, conseguimos quando ele as perdia de vista. Tanto que temos testemunhas que comprovam e que estevem conosco na hora. — Disse quando suspirava fundo, tendo lembranças em mente sobre aquele ocorrido que não foi uma experiência tão boa assim como imaginado. E pretendia que acabasse todos esses problemas de uma vez por todas.

Mas é claro que aquilo não era o suficiente. O loiro estava até achando toda essa história suspeito apesar do efeito da bebida, e quando o cigarro chegou ao fim. Recolheu as folhas em mãos como os materiais que usaria para estudos de forma atenta: "— Olha garotos. São provas bastante úteis, devo admitir que com isso e o rastreamento de DNA possa ajuda-los em alguma coisa. No entanto.... Estive ciente da morte daquele fabricante nesses dias, mas também como do próprio Gary. Caso tivessem feito algo com esse cara, vai ser um trabalho para lidar mais tarde. Os policiais não curtem muito os caçadores, muito menos prentendem ver com bons olhos aqueles que fazem justiça com as próprias mãos.—", explicou quando recolhia os óculos para coloca-los. E eu não sabia se ficava aliviado por ter provas o suficiente ou enfrentar mais problemas seja com entrevistas ou até mesmo a respeito daquele babaca do traidor.
— Estamos cientes. Mas o que queria? O infeliz poderia nós matar a qualquer instante se não tivéssemos feito nada. Que merda. — Passei a mão nós cabelos já imaginando o que teria de enfrentar mais tarde com a justiça também. Frank aproveitou a chance para sair de perto para guardar os materiais em seu escritório e logo retornar para se dirigir até o armário de vinhos caros, mas sem antes ele disse: " — De todos os modos, irei cumprir com a minha palavra e ajuda-los para que não arranjem esse tipo de problemas. Fiquem gratos por fazer esse serviço de graça, sou muito bom no que faço —. " Deu uma piscadela, quando caminhava com o vinho em mãos. "— Irei dar uma conferida no material do meu escritório, mais tarde os informo de qualquer coisa, deixem o resto comigo. Mas está tarde demais para atravessar a barreira, lembre-se que os vampiros estão a solta e são nada amigáveis nessa hora —."
—..... Esqueceu que eu sou um deles seu gênio? — Fiz a maior cara de bunda possível diante aquele comentário sem noção do outro. Por mais que quisesse manda-lo ao inferno, não poderia negar que nesse horário não era recomendável sair sem proteção, por mais que odiasse admitir. E apenas suspirei sem muita escolha, até que o jornalista prosseguiu na fala:

"— Ahahah foi mal garoto, quase me esqueço. Mas olhem, podem passar a noite por aqui, os permito. Tem um quarto disponível de hospedes para descansarem até o amanhecer. —" Ele deu uma pausa para nós encarar de forma meio curiosa: ".... Mas, apenas é de casal. Não tem problema para vocês correto? A não ser que....—"
— Eu fico na sala. — O interrompi na hora por causa do nervosismo, já me pronunciando diante minha escolha, não querendo nem saber como eu poderia reagir se ele pretendia concluir aquela fala, para um burguês ele é bem pobre por sinal. Porém Frank fez uma leve careta diante aquilo. "— Eh.... Mas eu durmo na sala praticamente, eu já ficarei ocupando o sofá, foi mal, a casa está em reforma. A não ser que queiram ir a um motel que tem por perto que é quase a mesma cois-....—" — TÁ! A gente já entendeu caralho! Nós deixe pensar melhor sobre ok? Se preocupe primeiro com seu trabalho do que conosco! — O repremi, quando cobria a boca com a palma da minha mão de pura vergonha alheia e raiva interna por aqueles comentários tão descarados daquele mulherengo sem miolos. E o jornalista apenas deu um sorriso dando de ombros em resposta para sair de perto. Pelo menos pude finalmente ter algum respiro e relaxar os ombros um pouco, quando olhava para o Von por breves segundos.
— Deixe-mos aquele idiota cuidar disso. Precisamos esfriar a cabeça e ver como vamos cuidar sobre o assunto. — Me levantei do sofá para guardar minhas coisas, ainda não pensando bem o que fazer depois. Aquele infeliz acabou com minhas expectativas de ter uma noite tranquila, tanto que encarei o moreno meio perdido, esperando que ele decida o que deseja ou qualquer porcaria. Mas admito que estava tão exausto para me preocupar onde me deitar e que qualquer lugar servia sinceramente.

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